Nos
primórdios da humanidade, a distinção entre o bem e o mal era
clara, sem a hipocrisia e a dissimulação de hoje. Os governantes
eram virtuosos, e os delitos, raros. Preocupados com o aumento da
delinquência, eles se reuniram para encontrar uma solução.
Inicialmente aplicar a “tolerância zero”, adotaram a lei de
talião, ou “olho por olho, dente por dente”, baseando-se na
premissa de que o bem comum estava acima do individual. Acreditavam
que, com o tempo, isso eliminaria os criminosos. No entanto, os
crimes persistiram.
Passaram-se
os anos e os delitos prosseguiam. Um novo pensamento surgiu: os
governantes, sendo bons, não poderiam se igualar aos maus aplicando
a morte. Em vez disso, deveriam amar os delinquentes, aplicando-lhes
penas brandas na esperança de recuperá-los para a sociedade. Essa
nova abordagem se baseava no princípio de “amar ao próximo como a
si mesmo”.
Contudo, essa moral humana não se alinha com a Lei que
rege o Universo. Essa força natural e impessoal é indiferente à
moralidade, ao amor ou ao ódio. Sua única mola propulsora é a luta
impiedosa pela sobrevivência e reprodução. Na lógica da vida, o
“bom” é tudo aquilo que sobrevive e se reproduz, enquanto o
“ruim” é o que não sobrevive, o que é contrário à
perpetuação da vida.
A
Lei da natureza tem como única finalidade garantir a sobrevivência
da espécie. Todos os outros conceitos, como alma, espírito,
livre-arbítrio e religião, são justificativas criadas pelos
humanos para dar sentido à vida, aliviar angústias e trazer paz de
espírito. Atualmente,
a taxa de indivíduos maus é alarmante.
Com sua reprodução em
massa, impulsionada pela falta de freios morais e paternidade
irresponsável, eles estão infiltrados nos governos e nas
instituições. Usando sua astúcia, mentiras e simulações, eles
alteram a legislação para se perpetuarem no poder. Estamos,
portanto, imersos na eterna luta do bem contra o mal, um conflito
onde o critério de sucesso é a seleção dos mais aptos. O filósofo
Schopenhauer não se enganou ao afirmar que “A vida não é mais
que uma luta pela existência com a certeza de sermos vencidos”.
JC
COUTINHO
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