► OBJETIVO DA FILOSOFIA
■ O objetivo da filosofia é resolver problemas filosóficos por meio da argumentação. Problemas filosóficos são os problemas a priori (ou seja: independentes da experiência) e conceituais (ou seja: referem–se aos conceitos que utilizamos em nosso dia a dia e nas ciências).
■ A filosofia nasceu da vontade do homem entender melhor a natureza, entender melhor o mundo e os seus problemas. Nasceu da reflexão sobre a vida.
■ Diferentemente dos problemas científicos, que são resolvidos por meio da experiência, os problemas filosóficos somente podem ser resolvidos pelo debate, pelo diálogo, pela controvérsia: o método da filosofia é argumentativo.
• A Filosofia não é ciência: é uma reflexão crítica sobre os procedimentos e conceitos científicos.
• A Filosofia não é religião: é uma reflexão crítica sobre as origens e formas das crenças religiosas.
• A Filosofia não é arte: é uma interpretação crítica dos conteúdos, das formas, das significações das obras de arte e do trabalho artístico.
• A Filosofia não é sociologia nem psicologia, mas a interpretação e avaliação crítica dos conceitos e métodos da sociologia e da psicologia.
• A Filosofia não é política, mas interpretação, compreensão e reflexão sobre a origem, a natureza e as formas do poder.
• A Filosofia não é história, mas interpretação do sentido dos acontecimentos enquanto inseridos no tempo e compreensão do que seja o próprio tempo.
■ DEUS NA FILOSOFIA = Para a Filosofia, Deus é um conceito, e não uma entidade religiosa. Por dois motivos, se pode falar sobre o conceito de Deus na história da Filosofia. Primeiro, porque esse conceito foi um dos primeiros problemas filosóficos e, segundo porque muitos sistemas filosóficos dependem desse conceito para seu desenvolvimento.
►ATITUDE FILOSÓFICA
■ Quando assumimos nova postura diante de fatos e circunstâncias, até então, rotineiras para nós, estamos saindo do senso comum, e admitindo uma outra possibilidade. Quando isso acontece, mudamos de atitude. Quando o que era objeto de crença aparece como algo contraditório ou problemático e por isso se transforma em indagação ou interrogação, estamos passando da atitude costumeira para à atitude filosófica.
■ Filosofar envolve uma mudança de atitude diante da vida, descartando as explicações que nos foram impostas como verdadeiras. Passamos a ver o mundo de forma diferente, com um olhar mais atento e crítico, procurando conhecer além dos aspectos superficiais das coisas e também sua razão de ser, aproximando–nos de uma condição de vida mais livre.
■ Atitude filosófica: INDAGAR.
• O que? O que a coisa ou a ideia, ou o valor é?
• Como? Como a coisa , ou o valor, ou a ideia é?
• Por que? Por que a coisa , a ideia, ou o valor existe?
■ Maria Helena Chauí coloca e indaga importantes atitudes filosóficas:
• Porque pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, quais os motivos, as razões e as causas para pensarmos o que pensamos, dizermos o que dizemos, fazermos o que fazemos?
• O que queremos pensar quando pensamos, o que queremos dizer quando falamos, o que queremos fazer quando agimos? Isto é, qual é o conteúdo ou o sentido do que pensamos, dizemos ou fazemos?
• Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? Isto é, qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos ou fazemos?
► ATITUDE CRÍTICA
■ A primeira característica da atitude filosófica é negativa, pois passa a dizer não aos “pré–conceitos”, aos “pré–juízos”, aos fatos e as ideias da experiência cotidiana, ao estabelecido. Em outra palavra, é colocar entre parêntesis nossas crenças e poder interrogar quais são suas causas e qual o seu sentido.
■ Por outro lado, a atitude filosófica tem também a sua face positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos.
• Quando passamos a perguntar “O que é?”, “Por que é?”, “Como é?”, superamos a face negativa e a face positiva e assumimos a atitude crítica.
► CRÍTICA
■ Palavra de origem grega e que possui três sentidos principais:
• capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente;
• exame racional de todas as coisas sem preconceito e sem prejulgamento;
• atividade de examinar e avaliar detalhadamente uma ideia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra artística ou científica.
► REFLEXÃO FILOSÓFICA
■ As perguntas da filosofia se dirigem ao próprio pensamento: “O que é pensar?”, “Como é pensar?”, “Por que há o pensar?”. A filosofia torna–se, então, o pensamento interrogando–se a si mesmo. Quando o pensamento faz essa volta sobre si mesmo, a filosofia se realiza como reflexão. Diferentemente da atitude filosófica que se dirige ao mundo que nos rodeia, indagando a essência, a significação e a origem de todas as coisas, a reflexão filosófica aponta seu pensamento aos seres humanos no ato da reflexão, perguntando sobre a capacidade e finalidade humana para agir e conhecer.
■ A reflexão filosófica é o movimento pelo qual o pensamento, examinando o que é pensado por ele, volta–se para si mesmo como fonte desse pensado. É o pensamento interrogando–se a si mesmo ou pensando–se a si mesmo. É concentração mental em que o pensamento volta–se para si próprio pra examinar, compreender e avaliar suas ideias, suas vontades, desejos e sentimento.
■ A reflexão filosófica compreende três etapas, a saber:
• RADICAL: é preciso que se vá até as raízes do problema, até seus fundamentos. Uma reflexão em profundidade. Abandonar o dogmatismo do senso comum e buscar as causas do problema.
• RIGOROSA: deve–se proceder criticamente, colocando–se tudo em dúvida. Ir além das aparências, numa palavra, ser cético.
• DE CONJUNTO: o problema não pode ser examinado ou analisado de modo parcial, isto é, é necessário avaliar a totalidade do fato, somente após isso feito é que podemos concluir alguma coisa.
■ Este movimento de indagar a si próprio é reconhecido na Filosofia enquanto reflexão filosófica radical, que se organiza em três conjuntos de questões, descritos por Chauí (1995) como:
• Por que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos e fazemos o que fazemos? (motivos, causas e razões):
• O que queremos pensar quando pensamos; o que queremos dizer quando falamos; o que queremos fazer quando agimos? (conteúdo e sentido);
• Para que pensamos o que pensamos, dizemos o que dizemos, fazemos o que fazemos? (intenção e finalidade).
►REFLEXÃO
■ palavra empregada na física para descrever o movimento de propagação de uma onda luminosa ou sonora quando, ao passar de um meio para outro, encontra um obstáculo e retorna ao meio de onde partiu. È esse retorno ao ponto de partida que é conservado quando a palavra é usada na filosofia para significar o movimento de volta sobre si mesmo ou movimento de retorno a si mesmo.
► PENSAMENTO SISTEMÁTICO
■ Outro ponto importante no trabalho do pensamento, e que precisamos considerar, diz respeito sobre as indagações fundamentais que fazemos através da atitude filosófica e da reflexão filosófica, pois elas não se realizam ao acaso, seguindo nossas preferências ou opiniões. A filosofia não é feita por “achismos”. As indagações filosóficas se realizam de modo sistemático. O que significa isso?
► SISTEMA
■ Palavra de origem grega; significa “um todo cujas partes estão ligadas por relações de concordância interna”. No caso do pensamento, significa um conjunto de ideias internamente articuladas e relacionadas, graças a princípios comuns ou a certas regras e normas de argumentação e demonstração que as ordenam e as relacionam num todo coerente.
■ Dizer que as indagações filosóficas são sistemáticas significa dizer que a filosofia trabalha com enunciados precisos e rigorosos, busca encadeamentos lógicos entre enunciados, opera com conceitos ou ideias obtidos por procedimentos de demonstração e prova, exige a fundamentação racional do que é enunciado e pensado.
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