16 de setembro de 2025

FILOSOFIA

O MÉTODO FILOSÓFICO

Método é um conjunto de processos para a pesquisa e demonstração da verdade. Somente a prática e vivência do método filosófico nos poderá fornecer, do mesmo, uma noção nítida, viva e perfeita. A primeira condição de pesquisa filosófica é uma certa disposição para sentir os problemas e mistérios do universo. A segunda é o espírito de exatidão e o hábito de rigor no pensamento.

Na solução dos problemas filosóficos, Sócrates empregou o diálogo, que podia assumir a forma de ironia maiêutica série de questões tendentes a encaminhar a solução de quesitos propostos, mas mais adequada aos discípulos do que ao próprio pesquisador.

Platão aperfeiçoou o método Socrático, convertendo–o no que denominou de “dialética”.

Aristóteles desenvolveu o método dialético, acrescentando–lhe as leis do silogismo.

Santo Tomas de Aquino combinou e entrosou melhor os métodos Platônico e Aristotélico.

O método preconizado por Descartes foi o da intuição, isto é, a obtenção de uma evidência clara e distinta pela intuição direta da verdade.

Schelling e Hegel empregaram a intuição intelectual.

Bergson utilizou o método intuitivo, em caráter efetivo ou emocional, assim ocorrendo com outros filósofos que submeteram o método cartesiano a diferentes modificações.

EXISTEM TRÊS MÉTODOS FUNDAMENTAIS:

o PLATÔNICO – a dialética – que consiste em partir de uma hipótese inicial, para, em seguida, fazer a crítica dessa hipótese, bem como das afirmações dela divergentes.

o ARISTOTÉLICO – o silogismo – ou seja a demonstração através da lógica racional.

o CARTESIANO – a intuição – ou a comprovação das asserções através da análise e estudo dos

diversos aspectos secundários que a caso apresentem, até que se tenha formado o panorama de seu conjunto.

Os demais métodos filosóficos apresentados e empregados por diversos filósofos, em última análise, não têm passado de combinações dos métodos fundamentais ou da introdução de pequenas variantes nas linhas gerais. Os diversos métodos de pesquisa filosóficas não se opõem entre si, mas se auxiliam mutuamente. A inteligência entretanto, é o instrumento por excelência da investigação filosófica

DIVISÃO FILOSÓFICA

A filosofia compreende a Filosofia Especulativa, que procura conhecer por conhecer, e a Filosofia Prática que procura conhecer para agir e produzir.

A Filosofia Especulativa compreende a Metafísica e a Filosofia da Natureza.

A Filosofia Prática abrange a Filosofia Moral ou ética e a Filosofia da Arte ou Estética.

A Lógica é uma introdução ao estudo da filosofia, porque fornece a esta os meios necessários à aquisição do saber.

A Metafísica é a ciência das causas primeiras e primeiros princípios: divide–se em Teodiceia, Ontologia e Crítica do Conhecimento.

A Filosofia da Natureza é o estudo do ser concreto e particularizado nos diversos gêneros e espécies do plano fenomenal; divide–se em: Cosmologia Racional, Antropologia Racional e Psicologia Racional.

A Filosofia Moral ou Ética é o estudo do Agir Humano, enquanto livre e pessoal.

A Filosofia da Arte ou Estética é o estudo do Fazer Humano, sob o ponto de vista dos princípios

universais que o devem orientar.

PARA QUE SERVE A FILOSOFIA?

Sociedade pragmática x pensamento filosófico.

Pragmatismo = valores práticos, úteis.

Uma outra ideia de: Para que Filosofia? É que ela tem a característica de buscar a verdade.

verdade em grego = alethéia

alethéia = desnudar, deixar claro.

A filosofia serve para compreender melhor a realidade em que você está inserido, fazendo com que você fique mais atento a respeito de todas as ideias que as pessoas têm e eventualmente tentam impor–lhe; a filosofia ajuda a identificar rapidamente essas ideias, e permite escolher se você quer realmente adotá-las ou não.

A filosofia aumenta a sua capacidade de controlar o conteúdo da sua mente. Além disso, a filosofia desenvolve a sua capacidade argumentativa. Os filósofos são famosos por sua capacidade de convencimento; estudando filosofia, você vai notar que o modo como você usa seus argumentos deve mudar: sua linguagem deve ficar mais eficiente. Isso também tem reflexos nas suas outras disciplinas escolares. Naturalmente, você vai melhorar seu desempenho nas redações e nas avaliações dissertativas.

QUAL SERIA A UTILIDADE DA FILOSOFIA?

■ “Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes.” (Marilena Chauí). 

A FILOSOFIA E OUTROS SABERES

Um mito é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa (origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas, dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das guerras, do poder, etc.).

Existem muitas formas de conhecimento, os seres humanos têm explicações variadas para os diversos fenômenos de sua existência e essas explicações são buscadas para proporcionar maior segurança ao homem diante do mundo. O conhecimento é uma forma de compreender a realidade.

MITO: É uma instituição compreensiva da realidade, é uma forma espontânea de o homem situar–se no mundo. Uma forma de explicação que tem validade apenas entre o grupo cultural em que surge.

Geralmente e composto de explicações fabulosas, não tem nenhuma ligação com a realidade e nem com a verdade e nem com a racionalidade dos fatos; e não é passível de questionamentos.

Busca explicar fenômenos através de lendas passadas pela tradição oral; Não se preocupa com o desencadeamento lógico de suas afirmações; Sua autoridade provém da crença e da instituição religiosa.

O Mito não é exclusividade dos povos primitivos, existe em todos os tempos e culturas como componente indissociável da maneira humana de compreender a realidade.

O critério de adesão do mito é a crença, e não a evidência racional.

As raízes do mito não se acham nas explicações exclusivamente racionais, mas na realidade vivida.

A função principal do mito é acomodar e tranqüilizar o homem em um mundo assustador.

Mito → Rito → Ídolo.

RELIGIÃO: a forma de conhecimento religioso possui uma sistematização e organização aceitas por aqueles que têm fé em determinada crença. As religiões possuem códigos de conduta (Ex.: Os Dez Mandamentos) e líderes que ditam o comportamento e a compreensão da realidade a seus fiéis.

SENSO COMUM: é um conhecimento a partir do cotidiano, que não exige maior aprofundamento ou investigação. É um conhecimento superficial, isto é, conclui a partir das aparências, e está imediatamente relacionado ao Mito e à Religião. É um conhecimento adquirido por tradição, herdado dos antepassados e ao qual acrescentamos os resultados da experiência vivida na coletividade a que pertencemos. Trata–se de um conjunto de ideias que nos permite interpretar a realidade. O senso comum, porém, não é refletido e se encontra misturado a crenças e preconceitos. É um conhecimento ingênuo [não–crítico], fragmentário [assistemático], e muitas vezes sujeito a incoerências] e conservador, isto é, resistente a mudanças.

SENSO CRÍTICO: é uma forma de conhecimento aprofundado sobre a realidade, isto é, fundamentado em fatos empíricos e/ou teóricos, pelo primeiro é comprovado pela experiência e por este último através fundamentação teórica. O Senso Crítico vai além das simples aparências do cotidiano.

CIÊNCIA: também é uma forma de explicação racional, possui método e pretende ser profunda em suas explicações. A diferença em relação a Filosofia está na existência de um objeto de estudo definido.

FILOSOFIA: por ser uma explicação racional, pode atingir a todos os seres humanos. Por isso, ela se preocupa em ter uma sistematização, um argumento que seja capaz de expressar a reflexão feita sobre a realidade, de maneira profunda que ultrapasse as narrativas do Mito. Busca explicar o mundo por meio de causas e efeitos lógicos e coerentes; Não admite a contradição entre a afirmação atual e as anteriores; Sua autoridade provém da razão, que é comum a todos os seres humanos.

Nenhum comentário: