8 de dezembro de 2008

Pensamentos e reflexões

1) No princípio era o verbo. Ou melhor, no princípio era o gene. Enquanto a coisa se resumia a isso, estava tudo bem. O problema foi a ordem que veio depois: “crescei e multiplicai-vos”. Esta ordem domina o movimento da vida. A principal, é o mais desenfreado egoísmo. Um egoísmo genético, que nos torna prisioneiros de dilemas sem fim. Que nos faz jogar jogos em que vencer não tem nada a ver com o que consideramos vencer. (do Livro O Glorioso Acidente, de Clemente de Nobrega)

2) O DNA, Deus não anteviu. E por ter notado sua desatenção, logo em seguida tentou consertar. Inspirou religiões, códigos de conduta, mandamentos e livros sagrados. Mas não adiantou, o DNA já havia registrado a ordem. Daí um mundo estranho e perverso. Daí um ser humano demasiadamente egoísta, um homem que é o “lobo do homem”. Daí o porquê tantas guerras, tanta malícia e tanta crueldade. (do Livro O Glorioso Acidente, de Clemente de Nobrega)

3) Em um certo momento da história evolutiva deste Universo, há cerca de quatro bilhões de anos atrás, eclode a vida, cuja definição é um pouco complicada já que não há substância, objeto ou forças especiais que possam ser identificadas com a vida. De uma maneira bem geral, ela é um processo químico de auto-replicação. Moléculas capazes de fazerem cópias de si próprias. A função da vida, para os biólogos, não é louvar ou espelhar a divindade de algum modo. “A função da vida é, apenas, de continuar existindo e se multiplicando”. Essas copiadoras não foram extintas, e hoje são as donas da arte da sobrevivência. Não devemos imaginá-las, porém flutuando ao léu no mar, pois há muito tempo abandonaram seus hábitos errantes. (do Livro O Glorioso Acidente, de Clemente de Nobrega)

4) Agora formam vastas e fervilhantes colônias bem abrigadas dentro de gigantescos e desajeitados robôs, de onde manipulam o mundo exterior por controle remoto. Elas estão em todos nós; “foram elas que criaram nosso corpo e nossa mente, e sua preservação é a única razão de nossa sobrevivência”. Foi muito longo o caminho percorrido por essas copiadoras. Agora elas são conhecidas pelo nome de gene, e somos nós as máquinas que possibilitam a sua sobrevivência. Somos máquinas de sobrevivência, descartáveis, para nossos “genes imortais”. O homem é uma máquina para os genes, um veículo-robô, programado para preservar os seus genes egoístas. O mundo dessa máquina de genes é um mundo de feroz competição, de exploração impiedosa, de falsidade. Pode-se ver isso não apenas nas agressões entre rivais, mas também nas lutas, mais sutis, entre as gerações e entre os sexos. Parece que deus foi muito inspirado quando criou tais atrocidades. (do Livro O Glorioso Acidente, de Clemente de Nobrega)

5) Essas máquinas de sobrevivência foram criadas sem projeto ou projetista; pelo processo cego da seleção natural. Esse processo é totalmente indiferente à dor, ao sofrimento, à maldade, à bondade, à beleza, à feiúra ou a qualquer outra coisa que possamos valorizar. Ela não tem propósito ou finalidade. Não atua com objetivo de gerar nós, humanos. Ela não “pretende” chegar a nada em particular; não planeja, não olha para frente, não prevê... É indiferente. Não é um processo cruel ou frio. Não é adequado usar adjetivos para qualificá-lo. Ele não é bom nem mau. No seu automatismo e cegueira, a seleção natural acaba permitindo que apenas os genes aptos a gerar veículos capazes de perpetuar a eles próprios sobrevivam. É por isso que caímos na tentação de dizer coisas como: a seleção natural age para perpetuar os genes aptos a se replicar, como se ela tivesse uma intenção. A reação de qualquer pessoa normal ao contemplar as extraordinárias sutilezas envolvidas no funcionamento de um olho é dizer: “não posso acreditar que essa coisa magnífica tenha surgido sem um projeto. Não é lógico que um resultado desses tenha surgido sem previsão, sem planejamento”. (do Livro O Glorioso Acidente, de Clemente de Nobrega)

6) Nossas mentes não foram criadas para encontrar o sentido de sua existência no mundo, e sim para garantir a sobrevivência dos genes. Se por acaso nos tornamos especulativos e insistimos em filosofar, “é totalmente por nossa conta e risco”. Por isso tanta incongruência. Como somos tão evoluídos e não conseguimos entender o sentido da vida? Parece que sempre falta uma explicação mais convincente, que dê conta de nossas angústias. (do Livro O Glorioso Acidente, de Clemente de Nobrega)

7) A história da humanidade é um desastre contínuo. Nunca houve nada que se parecesse com um momento de paz. Se ainda fosse só a guerra, em que as pessoas se enfrentam ou são obrigadas a se enfrentar… Mas não é só isso. Esta raiva que no fundo há em mim, uma espécie de raiva às vezes incontida, é porque nós não merecemos a vida. Não a merecemos. Não se percebeu ainda que o instinto serve melhor aos animais do que a razão serve ao homem. O animal, para se alimentar, tem que matar o outro animal. Mas nós não, nós matamos por prazer, por gosto. Se fizermos um cálculo de quantos delinqüentes vivem no mundo, deve ser um número fabuloso. Vivemos na violência. Não usamos a razão para defender a vida; usamos a razão para destruí-la de todas as maneiras - no plano privado e no plano público. (José Saramago)

8) Não quero ofender ninguém, mas Deus não existe. Salvo na cabeça das pessoas, onde está o diabo, o mal e o bem. Inventamos Deus porque tínhamos medo de morrer, acreditávamos que talvez houvesse uma segunda vida. Inventamos o inferno, o paraíso e o purgatório. Quando a igreja inventou o pecado, inventou um instrumento de controle, não tanto das almas, porque à igreja não importam as almas, mas dos corpos. (José Saramago)

9) Algumas pessoas acreditam em alma gêmea, anjos, destino, duendes, espíritos, fadas e extraterrestres, enfim, coisas que escravizam o ser humano, limitam o poder de decisão do indivíduo. Já o homem livre, sabe que sua existência se constrói, dia após dia, cedendo, conquistando, dialogando, tolerando e trabalhando intensamente. E caso fracasse, a responsabilidade é sua, não do além. Reconhece sua ignorância, suas limitações, mas evolui por tentativa e erro, se adaptando rapidamente às novas situações. Não se fixa em conceitos hoje tidos como verdades absolutas, nem deposita a direção de sua vida em mãos alheias. Deixar seu futuro a cargo de um ser superior representa eximir-se de responsabilidade e culpa. (Rodrigo C. dos Santos)

10) Egoísmo é nada mais que seguir sua lista de preferências individuais, ou seja, colocar os seus interesses particulares antes dos demais. No mundo hipócrita em que vivemos, onde predomina o “politicamente correto”, esses conceitos foram deturpados, e o egoísmo, ou o foco nos interesses pessoais, ganhou significado pejorativo, negativo, enquanto o irracional altruísmo passou a ser visto como nobre. Mas os conceitos criados por homens não conseguem alterar a natureza humana, e esta simplesmente não é altruísta de fato. (Rodrigo C. dos Santos)

11) Mesmo entre diversos animais, algumas atitudes são vistas como altruístas, mas ocorrem na verdade para a maximização dos interesses particulares. Alguns chamam isso de altruísmo recíproco. Morcegos com excesso de sangue numa boa caçada “doam” parte para outros. Mamíferos atuam como babás de filhotes enquanto os machos caçam. Tudo isso pode ser explicado pela ótica individualista, pois o mundo não é um lugar de soma zero, onde para um ganhar o outro precisa necessariamente perder. As trocas acontecem, pois são vantajosas para ambas as partes. E se isso é normal no mundo dos animais irracionais, imagina entre homo sapiens! (Rodrigo C. dos Santos)

12) A mente humana, normalmente, trabalha para confirmar teorias, buscar conforto, e não necessariamente a verdade. Partindo de um objetivo pré-definido, mesmo que a nível inconsciente, o cérebro fará o possível para “provar” o que o indivíduo a priori já acreditava. São poucos os que conseguem manter uma boa honestidade de avaliação, bastante imparcial e isenta de emoções, que acabam controlando a razão. A grande maioria simplesmente deixa-se enganar pela necessidade da crença já concebida, e será bastante seletivo no julgamento dos fatos, descartando os que agridem a teoria inicial. Se os fatos não ajudam a teoria, trocam-se os fatos! (Rodrigo C. dos Santos)

13) Se alguém afirma ser testemunha de um milagre, iremos automaticamente aplicar os ensinamentos de Karl Popper. Vejamos aquele indivíduo que estava para morrer, e de repente, sem uma clara compreensão médica, se recupera “através da fé”. Prova de milagre? De forma alguma. No máximo, prova da ignorância dos homens, com capacidade ainda bem limitada para entender de tudo. Quem tem necessidade em acreditar no milagre, vai parar seu julgamento na constatação da raridade “inexplicável”. Alguém mais cético vai perguntar quantos outros não estavam na mesma situação, com fé, e morreram mesmo assim. Vai indagar ainda quantos sem fé alguma não conseguiram se safar sem explicação médica também. E por fim, vai questionar quanta gente escapou da morte sem aparente explicação imediata, apenas para a medicina chegar a uma resposta científica depois. (Rodrigo C. dos Santos)

14) Nunca fomos competentes o bastante para interpretar, com total clareza, os mistérios da existência humana. Então, recorremos as artes, ciências e religiões para preencher nossos anseios. Nossos ancestrais escreviam nas cavernas e nós usamos nossas telas de computador, mas ambos criamos histórias, narrativas que nos tranqüilizem. Para registrá-las, inventamos códigos, signos e linguagens. (Thomas Hohl)

15) Histórias de espiritismo, de vida após a morte e as várias versões das religiões para isso são mecanismos que criamos para lidar com nosso problema mais fundamental, que é a mortalidade. Usar a ciência para justificar a existência ou não da alma nunca vai dar certo. No século XVII, o que se chamava de eu, a pessoa, vinha da alma. Quando a pessoa morria, a alma ia embora e o corpo ficava. Toda a noção de ser humano era relacionada à existência ou não dessa faísca divina. Aristóteles achava que a alma ficava no coração, assim como os egípcios. Não se sabia que o centro era na cabeça. Hoje, a gente sabe que não tem alma e que o cérebro é um organismo extremamente complexo. (Marcelo Gleiser)

16) Se não há provas da existência de Deus, também não há provas de que ele “não exista” e nenhum ateísta se engajará de buscar as provas de uma “não existência”, uma vez que não há meios de provar que algo não existe. (Lígia Amorese Gallo)

17) O ceticismo oferece um mundo sem magia, sem poesia. Um universo técnico, cheio de complicadas teorias, onde a vida é fruto de uma seqüência de eventos caóticos, além do ameaçador acaso e as frias leis da natureza reinarem imponentes. Isso não significa necessariamente que um ateu não possa ver beleza na vida e no universo, mas ele concebe que o belo não nasce no objeto e sim no observador. A poesia e a beleza, não são características intrínsecas das coisas. (Leonardo Vasconcelos)

18) Ser ateu é valorizar a razão em detrimento da emoção. Ser forte o bastante para encarar as coisas sem maquiá-las. Não assumir que algo é verdadeiro simplesmente porque assim a vida seria mais confortável ou suportável. Conceber que a morte é o fim derradeiro, por isso, o que tem de ser feito será feito nesta vida, pois é a única! (Leonardo Vasconcelos)

19) Muitos pensam que sem religião não há moral, entretanto, havia moral muito antes de haver religião. Os filósofos primeiros eram materialistas assim como os homens primitivos. Seus deuses eram materiais. O sol, a lua, o trovão e o raio. Depois, como disse Voltaire, “o primeiro espertalhão encontrou o primeiro tolo” e a religião começou. (Luis Dantas)

20) Moral e Ética são posturas absolutamente necessárias, que são de fato mais fáceis de definir, compreender e aceitar quando se dispensa o conceito de divindade. Ética é a definição do que é “certo” ou válido; Moral é a aplicação dessa definição ética a situações concretas. A moralidade é simplesmente o que não causa mal aos outros. A bondade resume tudo. Isso também engloba respeito por nosso planeta, incluindo os outros animais e princípios de igualdade. (Luis Dantas)

21) Epicuro, que viveu 400 anos antes de Cristo, fundou uma escola que durou mil anos. Ensinava a ter hábitos moderados, a selecionar os desejos preferindo atender aos desejos naturais e necessários, a manter e cultivar a amizade, e a evitar o temor dos deuses e a aceitar a realidade da morte. Os homens podem ser bons sem a mediação de religiões. Não é preciso ter medo do castigo para agir bem. (Wellington L. Moura)

22) Filósofos há que escreveram explicando porque é bom ser bom. Aliás, é muito sensato agir bem. “A vida reta é garantia da liberdade”. Esse pensamento não cita deuses. E é um dos provérbios de Salomão. Há religiões sem deuses, como é o caso do budismo, embora alguns tenham transformado Buda num deus. Recentemente, o Papa descreveu o budismo como uma forma de materialismo. E está certíssimo. O budismo é uma série de normas de conduta para o bem viver e conviver. (Wellington L. Moura)

23) Como seres humanos, nós somos animais sociais. Nossa sociabilidade é o resultado de evolução, não de escolha. A seleção natural nos equipou com um sistema nervoso que é peculiarmente sensível ao estado emocional de nossos semelhantes. Entre nossa espécie, emoções são contagiosas, e são raros os mutantes psicopatas entre nós que podem ser felizes no meio de uma sociedade triste. Está em nossa natureza sermos felizes no meio de felicidade, tristes no meio de infelicidade. Está em nossa natureza, felizmente, procurar por felicidade para nossos semelhantes ao mesmo tempo que procuramos para nós mesmos. (Frank R. Zindler)

24) Darwin, durante a evolução humana, afirmou em “The descent of man”, a medida que a capacidade de raciocínio e previsão se aperfeiçoam, os homens não tardariam a aprender por experiência que se ajudassem seus iguais, normalmente receberiam ajuda em retribuição. Por esse motivo mesquinho o homem talvez tivesse adquirido o hábito de ajudar seus iguais; e o hábito de praticar boas ações certamente fortalece o sentimento de solidariedade, que dá o primeiro impulso às boas ações. (Robert Wright)

25) A Gratidão faz as pessoas pagarem os favores sem pensar muito que é isto que estão fazendo. E se sentimos mais compaixão por determinadas pessoas - pessoas, por exemplo, a que somos gratos - isto pode nos levar, de novo quase inconscientemente, a retribuir o ato de bondade. Enquanto na seleção de parentesco o “objetivo” de nossos genes é realmente ajudar outro organismo, no altruísmo recíproco o objetivo é deixar aquele organismo sob a impressão de que o ajudamos; a simples impressão é suficiente para suscitar a retribuição. (Robert Wright)

26) Em princípio, conduzimos nossas vidas como se a felicidade fosse o objetivo do jogo. (Até as pessoas que praticam uma rigorosa abnegação geralmente o fazem em nome de uma futura felicidade, seja aqui seja no além). E uma vez que cada um de nós admita que, sim, acreditamos que a felicidade é basicamente algo de bom, algo que não gostamos que seja pisoteado sem razão, torna-se difícil negar aos demais o mesmo direito sem parecer um tanto arrogante. (Robert Wright)

27) Na regra de ouro de Jesus de Nazaré, lemos todo o espírito da ética da utilidade. Fazer aos outros o que gostaríamos que nos fizessem, e amar ao próximo como amamos a nós mesmos, constituem o ideal de perfeição da moralidade utilitarista. (John Stuart Mill)

28) Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil - e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos. (Albert Einstein)

29) Foi, é claro, uma mentira o que você leu sobre minhas convicções religiosas, uma mentira que está sendo sistematicamente repetida. Eu não acredito em um Deus pessoal e eu nunca neguei isso mas expressei claramente. Se existe algo em mim que pode ser chamado de religioso, esse algo é a admiração ilimitada pela estrutura do mundo tão longínqua quanto a nossa ciência pode revelar. (Albert Einstein)

30) Sou um descrente profundamente religioso. Isso é, de certa forma, um novo tipo de religião. Jamais imputei à natureza um propósito ou um objetivo, nem nada que possa ser entendida como antropomórfico. O que vejo na natureza é uma estrutura magnífica que só compreendemos de modo muito imperfeito, e que não tem como não encher uma pessoa racional de um sentimento de humildade. Um sentimento genuinamente religioso, que não tem nada a ver com misticismo. (Albert Einstein)

31) Quanto mais aprendemos, de menos deuses precisamos. A crença em Deus é somente a resposta de um mistério por outro mistério, dessa forma não respondendo nada. (Dan Barker)

32) Finalmente o homem sabe que está sozinho na imensidão indiferente do Universo, no qual emergiu por acaso. O acaso puro, só o acaso, liberdade absoluta, mas cega, na raiz mesma do prodigioso edifício da evolução. (Jacques Monod, prêmio Nobel de Biologia)

33) Não existe Criador nenhum nessa história. A vida é fruto de uma grande coincidência. Num determinado momento, alguns elementos químicos se combinaram e passaram a fazer cópias de si mesmos. O mesmo acaso que propiciou o surgimento da vida há três bilhões de anos faz com que ela se reproduza até hoje. (François Jacob, ganhador do prêmio Nobel de Medicina)

34) Quando o primeiro espertalhão encontrou o primeiro imbecil, nasceu o primeiro deus. (Millôr Fernandes)

35) Estamos mais perto de Deus quando fazemos perguntas do que quando pensamos que temos respostas. (Abraham Heschel, rabino)

36) Não acredite em qualquer coisa simplesmente porque você escutou. Não acredite em qualquer coisa simplesmente porque foi dito e fofocado por muitos. Não acredite em qualquer coisa simplesmente porque foi encontrado escrito em seus livros religiosos. Não acredite em qualquer coisa meramente na autoridade de seus professores e anciãos. Não acredite em tradições porque elas foram passadas abaixo por gerações. Mas após observação e análise, quando você descobre que qualquer coisa concorda com a razão e é condutivo ao bem e benefício de um e todos, então aceite e viva para isso. (Buda)

37) Desde que o universo tenha um começo, nós podemos supor que ele teve um criador. Mas se o universo é completamente autocontido, não tendo limite ou borda, ele não seria nem criado nem destruído. Ele simplesmente seria. Que lugar, então, existe para um criador? (Stephen Hawking)

38) A idéia de Deus nos dá a sensação de que existe alguém controlando nosso mundo inconsciente e irracional, o que acalma e nos faz acreditar que existe uma finalidade mesmo que a gente não entenda qual é. (Luciano Colella, psicanalista junguiano)

39) Deus deseja prevenir o mal, mas não é capaz? Então não é onipotente. É capaz, mas não deseja? Então é malevolente. É capaz e deseja? Então por que o mal existe? Não é capaz e nem deseja? Então por que lhe chamamos Deus? (Epicuro)

40) Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar. (Sigmund Freud)

41) A humanidade recebeu três grandes golpes. Esses golpes atingiram em cheio a vaidade e o egocentrismo humano. O primeiro deles foi quando Copérnico (1473-1543) mostrou que a Terra não é o centro do universo, mas apenas mais um planeta que gira em torno do sol. O segundo foi quando Darwin (1809-1882) publicou “A Origem das Espécies”, que demonstrava que o ser humano não foi criado à imagem e semelhança de Deus, pois ele é o resultado da evolução das espécies, através da seleção natural. O terceiro foi a revelação do inconsciente trazido pela Psicanálise, que nos ensina que o comportamento humano é regido por mecanismos psicodinâmicos profundos e que o nosso ego não é tão independente quanto gostaríamos de pensar. (Sigmund Freud)

42) Somos animais extremamente sociáveis: somos no cerne libidinosos, gananciosos e de um modo geral egoístas e, no entanto, temos que viver educadamente com outros seres humanos - temos que alcançar nossas metas animais por meio de uma tortuosa via de cooperação, conciliação e contenção dos instintos, o que torna a nossa mente um lugar de conflito entre os impulsos animais e a realidade social. (Sigmund Freud)

43) As religiões são como pirilampos: só brilham na escuridão. (Sebastièn Faure)

44) Não acredito em Deus. Não credito a Deus nada do que fiz. Eu não teria dado a volta ao mundo se entrasse no barco e ficasse orando “ó, Deus, me leve!”. Eu acho importante ter uma religião mas tem que ter discernimento. (Amyr Klink)

45) Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar. (Carl Sagan)

46) A História está repleta de pessoas que, como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que em verdade pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo. (Carl Sagan)

47) Habitamos um universo onde os átomos são formados no centro das estrelas, onde a cada segundo nascem mil sóis, onde a vida é lançada pela luz solar e acesa nos ares e águas dos planetas jovens, onde a matéria-prima para a evolução biológica é algumas vezes obtida de uma explosão de uma estrela na outra metade da Via-Láctea, onde algo belo como uma galáxia é formado cem bilhões de vezes, um Cosmos de quasars e quarks, flocos de neve e pirilampos, onde pode haver buracos negros, outros universos e civilizações extraterrestres cujas radiomensagens estão até este momento atingindo a Terra. Muito pálidas, pela comparação, são as pretensões das superstições e pseudociências; como é importante para nós nos dedicarmos a entendermos a ciência, este esforço caracteristicamente humano. (Carl Sagan)

48) Gostaria de acreditar que, ao morrer, vou viver novamente, que a parte de mim que pensa, sente e recorda vai continuar. Mas, por mais que deseje acreditar nisso, e apesar das antigas tradições culturais difundidas em todo o mundo que afirmam haver vida após a morte, não sei de nada que me sugira que essa afirmação não passa de wishful thinkin. (Carl Sagan)

49) Se 5 bilhões de pessoas acreditam em uma coisa estúpida, essa coisa continua sendo estúpida. (Anatole France)

50) O Mundo não se fez para pensarmos nele, mas para olharmos para ele e estarmos de acordo. Mas se Deus é as flores, as árvores, os montes, o sol e o luar, então acredito nele. Se Deus é as árvores, as flores, os montes, o luar e o sol, para que lhe chamo eu Deus? Chamo-lhe flores, árvores, montes, sol e luar; porque, se ele se fez para eu o ver, sol, luar, flores, árvores e montes. Se ele me aparece como sendo árvores, montes, luar, sol e flores, é que ele quer que eu o conheça como árvores, montes, flores, luar e sol. E chamo-lhe luar e sol, flores, árvores e montes, e amo-o sem pensar nele, e penso-o vendo e ouvindo, e ando com ele a toda a hora. (Fernando Pessoa)

51) Mesmo se Deus não existisse, mesmo se não houvesse nada depois da morte, isso não nos dispensaria de cumprir com o nosso dever de agir humanamente, às vezes por parentesco, às vezes por altruísmo recíproco, às vezes por interesse, às vezes por necessidade, mas sempre pela sobrevivência da espécie, no interesse dos genes. (do Evolucionismo)

52) Deus é um estado de espírito criado por nós mesmos dentro da nossa mente (consciência), onde reina paz e harmonia; em que tudo nos dá prazer; em que somos instigados a praticar as mais nobres virtudes; onde são elaborados os valores e mandamentos morais para aplicá-los nas diferentes situações; onde é apreciado o delito e aplicada a sentença. É um sentimento tão sublime que a humanidade o chama DEUS! é algo para ser sentido, e não visto. (do Evolucionismo)

53) Deveríamos, por respeito aos textos vistos como sagrados, impor silêncio à Ciência? Isso seria algo tão impossível quanto impedir a Terra de girar. As religiões, quaisquer que sejam, jamais ganharam coisa alguma sustentando erros evidentes. A missão da Ciência é descobrir as leis da natureza, ora, como essas leis são obras de Deus, elas não podem ser contrárias às religiões fundadas sobre a verdade. (...) Condenar o progresso, como atentatório à religião, é ir contra a vontade de Deus, sendo, por outro lado, trabalho inútil, uma vez que todas as maldições do mundo não impedirão que a Ciência avance, e que a verdade apareça. Se a religião se recusa a avançar com a Ciência, a Ciência avançará sozinha. (Allan Kardec)

54) Perguntaram a José Saramago, escritor português, prêmio Nobel de literatura e ateu: - Como podem homens sem Deus serem bons? Ele respondeu: - Como podem homens com Deus serem tão maus?

55) O cientista pesquisa até achar a verdade. O homem religioso quer que a verdade se adapte às suas idéias preconcebidas. O cientista muda de idéia conforme os fatos. O homem religioso tenta adaptar os fatos às suas idéias. (Anônimo)

56) Quando digo que não tenho religião, acham que sou imoral. É como se eu tivesse parte com o diabo. Agora quando você tem uma formação materialista e chega uma pessoa para você e diz: eu sou católico, acho que vou passar uma temporada no purgatório e depois vou para o céu. Você fala: tudo bem! Se você acha que é assim, tá bom! Então vem outro e diz: eu sou protestante, no meu ramo não se acredita que tem purgatório, quando eu morrer vou para o céu direto. Você fala: tá bom! Aí vem o outro e diz: olha, eu sou espírita, numa outra geração eu fui imperador numa ilha grega! E você olha e fala: tudo bem! Se você acha que foi imperador, tá bom! Se para você tá bom assim, tá bom! Aí perguntam: e você? Eu digo: não, não tenho formação, não sou religioso. Como não tem??? (Drauzio Varella, médico)

57) Todas as religiões, com seus deuses, semideuses, profetas, messias e santos, são resultado da fantasia e credulidade de homens que ainda não atingiram o total desenvolvimento e personalidade das suas capacidades intelectuais. (Mikhail Bakunin)

58) Façam aos outros o que gostariam que lhes fizessem. Não façam aos outros o que não gostariam que lhes fizessem. Vocês só precisam desta lei. É a base de todo o resto. (“Lei de ouro”, Confúcio, 500AC)

59) Não acredito em nada. Acredito na natureza: tudo começou não se sabe quando nem como. Eu bem que gostaria de acreditar em Deus. Mas não. Sou pessimista diante da vida e do homem. (Oscar Neimayer, arquiteto)

60) Não sei qual é a minha missão. O que me dá maior prazer é fazer o bem. Mas não faço para ganhar os céus, porque acho que acabamos quando morremos. Sou totalmente ateu, materialista e não tenho nada de místico. A vida é uma só. Mas temos uma imaginação tão deslumbrante que podemos imaginar o que quisermos. (Paulo Autran, ator)

61) Se eu quiser que alguém respeite meus pontos de vista sobre política, ciência ou arte, terei que conquistar esse respeito por meio da argumentação, da justificação, da eloqüência ou do conhecimento relevante. Terei que resistir a contra-argumentos. Mas se eu sustentar uma visão que é inerente à minha religião, os críticos respeitosamente sairão nas pontas dos pés ou então terão que enfrentar a indignação de boa parte da sociedade. Por que nós temos que respeitá-las pela simples razão de que elas são religiosas? (Richard Dawkins)

62) Somos construídos como máquinas de genes criadas para passar nossos genes adiante. Mas este aspecto será esquecido em três gerações. Entre nossos descendentes, talvez nossos netos possam guardar alguma semelhança conosco: talvez traços faciais, talento para a música, na cor dos olhos ou do cabelo. Mas , a cada geração que passa, a contribuição dos nossos genes fica reduzida à metade. Não demorará muito para atingir proporções desprezíveis. Nossos genes são imortais, porém a coleção particular de genes que constitui cada um de nós está condenada a sumir. (Richard Dawkins)

63) Sim, há um relojoeiro, mas ele é cego. Ele opera através da chance e do acaso (não confundir acaso com seleção natural), sem projeto ou projetista; pelo processo cego da seleção natural. (Richard Dawkins)

64) Acredito na origem da vida a partir de um fenômeno, puramente físico, que cientistas estimam ter ocorrido há cerca de 4 bilhões de anos. Desde então, as espécies evoluíram e chegamos ao homem. E, como ateu, não acredito na vida após a morte. (Sílio Boccanera, jornalista)

65) Afirmo que ambos somos ateus. Apenas acredito num deus a menos que você. Quando você entender por que rejeita todos os outros deuses possíveis, entenderá por que rejeito o seu. (Stephen Henry Roberts)

66) Se não há um deus, estamos corretos; se há um deus indiferente, não sofreremos; se há um deus justo, não temos nada a temer pelo uso honesto da racionalidade; mas, se há um deus injusto, temos muito a temer – assim como o cristão. (George Smith)

67) Se você pretende ser imortal, cuide bem daqueles que continuarão a carregar seu DNA, com carinho, amor e, principalmente, dedicação. Ninguém precisa ter medo da morte sabendo que seus genes serão imortais. Assim fica claro qual é um dos principais objetivos na vida: criar filhos sadios, educá-los antes que alguém os “eduque” e apoiá-los naquilo que for necessário. (Stephen Kanitz)

68) Verdadeiro é todo o juízo que está em conformidade com o real. Real é aquilo que independe de nós, que existe por si mesmo e que continuaria existindo mesmo se toda a vida fosse varrida do Universo. È algo completamente desvinculado de nossa vontade, de nossos sentidos, de nossas opiniões, de nossos objetivos, de nossos ideais – em suma, desvinculado do que somos. (André Díspore Cancian)

69) Se há um deus justo, este não nos puniria por acreditarmos honestamente num erro quando este não implica torpeza moral ou maldade. Se há um deus injusto que realmente se alegra incinerando pecadores e descrentes, então o que lhe daria mais alegria que dizer aos cristãos que serão salvos, apenas para depois tostá-los igualmente pela diversão – apenas porque lhe apraz? Se não há um deus, estamos corretos; se há um deus indiferente, não sofreremos; se há um deus justo, não temos nada a temer pelo uso honesto da racionalidade; mas, se há um deus injusto, temos muito a temer – assim como o cristão. (George H. Smith)

70) Pode ser verdade que agimos como escolhemos. Mas, podemos escolher? Não é a nossa escolha determinada por causas que nos escapam? (J. A. Froude)

2 comentários:

Anônimo disse...

Se tudo surgiu por acaso , quem criou esse acaso? Se tudo se formou através de uma matéria densa, quem criou essa matéria densa? Não é o mesmo que perguntar : quem criou Deus?
Por mais que queira criar um substituto para Deus, sempre haverá essa pergunta : quem criou esse substituto? De onde ele veio?
quem era antes dele?

Anônimo disse...

A verdade é uma só: Encontraremos
com Deus através da fé.