30 de junho de 2009

Triste pedra no caminho

Vida que se esvai,
Sonho que se desfaz,
Que fadário diferente,
Se apresenta a nossa frente.

Ao longo dessa estrada,
Só imprevisto e lamento,
Felicidade sendo roubada,
Da juventude da gente.

Triste pedra no caminho,
Que açoita os descontentes,
Furtando nosso carinho,
E o futuro da gente.

Mas ainda há esperança,
Se é prazer ou ilusão,
Se é vício ou doença,
Tem cura e salvação.

Só nos resta caminhar,
Para combater essa aflição,
Que desvirtua os nossos jovens,
Investindo em prevenção.

Mas de nada adianta isso,
Se não tivermos vocação,
Pois há interesse econômico,
Do político ao ladrão.

João Carlos Coutinho

* Poesia vencedora do 3º Festival de Arte e Cultura Seiva da Terra (Fearg/Fecis) 2009.

Na profundezas do ser

Num mar de incertezas e solidão
Parado olhando pro nada
No abandono da longa caminhada
Está o homem repleto de aflição.

Talvez de sentir
Talvez de existir.

Olhando pro firmamento infinito
Nasce a descrença
Acreditando que tudo não passa de um mito
Nasce a esperança.

Caminho sem volta
Caminho sem falta.

No princípio um átomo
Era tudo paixão
Agora um quark
Quanta ilusão.

Por isso navega
Para aliviar a dor
A dor do vazio
Do vazio da alma
Da alma que acalma.

No fim, o começo
O começo do fim
No fim do começo
O começo de tudo
No começo de tudo
O começo do nada.

Por isso vai errante
Sem comandante
Num mar bravejante
Dum vento uivante.

Vai seguindo
Vai sentindo
Vai sorrindo.

Na vida que anda
Na vida que manda.

Tudo pra entender
As profundezas do ser.

João Carlos Coutinho

* Poesia vencedora da 36ª Feira do Livro (Furg) 2009.