19 de maio de 2009

Clonagem de almas

Com tantas crenças no mundo, muitas antagônicas, como fica o tão almejado céu de cada um de nós? Qual será o verdadeiro céu? Segundo as crenças religiosas, céu é o lugar para onde vão as almas dos justos. A teoria celestial diz que existem cerca de 390 céus. O céu dos católicos; o céu dos hebreus; o céu dos hindus; o céu dos evangélicos; o céu dos budistas; o céu dos hinduístas; o céu dos espíritas; o céu dos umbandistas; o céu dos mulçumanos, e outros céus. No mundo religioso não existe meia-verdade. Todos estão certos. Ninguém está errado.

Não seria justo um crente passar a vida acreditando num céu, e ao morrer se deparar com um céu totalmente oposto ao seu. Se no céu budista existem diversas almas libertando‑se do karma de reencarnações e atingindo o Nirvana; se no céu hinduísta existe a transmigração de uma alma para o corpo de um animal; se no céu mulçumano existem almas de intrépidos guerreiros deleitando-se com suas 72 noivas virgens; se no céu católico existem anjos, querubins e serafins, formados de pura energia e almas a espera da vida eterna; se no céu umbandista existem almas convivendo com espíritos, orixás e guias; se no céu evangélico existem almas aguardando a ressurreição; se no céu espírita existem vários planos vibratórios, dos mais inferiores aos mais elevados, com espíritos transitando entre os diversos planos. Para sanar o problema, da multiplicidade de céus, o Supremo Criador, com toda a sua sabedoria, criou a CLONAGEM DE ALMAS.

Pela clonagem das almas, é possível almas com diferentes crenças se comunicarem entre si. Até a alma de um ateu, que conforme sua suposição, fica no mundo da matéria, numa espécie de inconsciente coletivo, pode-se comunicar com a alma de um crente. Para isso, são criados “clones” da alma do ateu e enviados aos céus que têm almas com afinidade à dele.

A idéia do Clone é perfeita, pois permite que entes queridos se comuniquem nos diversos céus. Assim, a alma de um católico ou evangélico pode se comunicar com o “clone de uma alma” de um familiar ou amigo ateu. É uma maravilha, todos, apesar de estarem em céus diferentes, podem se comunicar. A comunicação é alma-a-alma, para almas de um mesmo céu e, alma‑a‑clone, para almas de céus diferentes. Os clones, antes de serem enviados aos diferentes céus, passam por um processo de “chipagem” para incorporarem as informações necessárias desses céus, sendo reciclados a todo o instante com a chegada de novas almas.

7 de maio de 2009

O que existe acima de nós?

A Revista Super Interessante (Março de 2009 - Edição 263-A) publicou uma edição especial: “DEUS - O que existe acima de nós?” - As Respostas das religiões (e as da ciência) para a pergunta mais inquietante de todos os tempos.



- CAUSA NÃO CAUSADA: Se tudo que existe no Universo tem uma causa, o próprio Cosmos não pode ser exceção. A “causa não causada” que supostamente explica sua existência pode - ou deve- ser chamada de Deus.

- RAZÃO: A racionalidade humana seria um “espelho” da razão divina que ordenou o Universo. Se não fosse assim, não teríamos motivo para acreditar que podemos compreender verdades essenciais sobre o Cosmos.

- LEIS DA NATUREZA: O Cosmos funciona de maneira supremamente ordenada. Como parece improvável que as leis da natureza tenham surgido sozinhas, haveria uma mente racional por trás de tudo – Deus.

- SINTONIA DO UNIVERSO: Detalhes do funcionamento da natureza, como a intensidade da força gravitacional, favorecem o desenvolvimento da vida. Deus seria o responsável por essa sintonia fina do mundo e do Universo.

CIÊNCIA

- O CRIADOR DE DEUS: Se Deus criou o Universo, quem criou Deus? Para os críticos da fé, a única coisa que se consegue ao postular um Criador é uma regressão infinita de causas - o que não acontece com a idéia de um Cosmos “autocriado”.

- AUSÊNCIA DE MILAGRES: Apesar dos relatos bíblicos, não existiria “milagre” que a ciência não pudesse explicar ou classificar como fenômeno natural. Isso indicaria que o Universo funciona com base em leis que nada têm a ver com Deus.

- PROBLEMA DO MAL: Existe muito sofrimento no mundo. Se Deus não age para evitar guerras, epidemias ou tragédias naturais, não pode ser bondoso e onipotente, como dizem os religiosos - talvez porque Ele simplesmente não exista.

- MENTE ENGANADORA: Sendo produto da seleção natural, a mente humana não pode ser tomada como guia absoluto para a razão e a moral. Nosso senso de certo e errado só existe porque ajudou nossos ancestrais a sobreviver.

TESTEMUNHA DE DEUS X ADVOGADO DO DIABO

Dom Odílio Scherer: hoje com 59 anos, ele nasceu em Cerro Largo (RS), filho de imigrantes alemães. Ordenou-se padre em 1976, no Paraná, hoje é bispo da Arquidiocese de São Paulo. Tido como moderado, ele foi oficial da Congregação para os Bispos, bispo-auxiliar de São Paulo e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB);

Daniel Dennet: hoje com 67 anos, ele nasceu em Boston (EUA), mas passou boa parte da infância em Beirute (Líbano), onde trabalhou como espião durante a 2ª Guerra Mundial. É especialista em dois ramos complicados do conhecimento filosófico: a filosofia da mente (relacionada às ciências cognitivas) e a biofilosofia (ligada à biologia evolutiva). Dennet é membro da Academia Americana de Artes e Ciências;

Deus existe? Qual é a prova mais contundente de que Ele existe ou não?

D. Odílio: Sim, Deus existe. Mas é muito difícil falar em provas, no sentido científico. A afirmação ou a negação de Deus não está sujeita a isso, pois Ele não é objeto de ciência experimental, mas de outro tipo de conhecimento. Nossa razão e a razoabilidade das coisas requerem a existência de Deus. Dessa forma, podemos dizer que ela é evidente e se impõe por si mesma sobre a nossa razão.

Dennet: Deus significa tantas coisas que essa pergunta é impossível de ser respondida. Para alguns, ele é apenas um nome para a beleza do Universo, e não tem nada a ver com forças sobrenaturais. Esse Deus, obviamente, existe. O que não existe é um agente sobrenatural que reponde às nossas preces ou supervisiona e guia a evolução das coisas. A humanidade acredita em Deus há milhares de anos. Só que, agora, já sabemos por quê. Até aqui, foi natural para o homem acreditar em algo divino, uma espécie de infância da evolução humana. Mas nós nos tornamos maiores do que Deus.

A Teoria da Evolução é uma prova da inexistência de Deus?

D. Odílio: Não, absolutamente. Nem Darwin quis afirmar isso. A evolução das espécies não se opõe à existência de Deus.

Dennet: Antes da Teoria da Evolução, era compreensível atribuir a Deus a existência de um designe inteligente na natureza. Hoje, podemos provar como surgiram formas de vida tão variadas e complexas. A teoria de Darwin é uma explicação muito melhor para isso do que Deus. Não precisamos mais nos render à tentação de acreditar em um ser superior que criou tudo. Agora essa idéia parece incoerente.

Deus é a explicação mais fácil para o que o homem não consegue compreender?

D. Odílio: Deus certamente é a mais convincente. A ciência pode explicar o modo de existir das coisas, mas a existência é objeto apenas de hipóteses. Eu não afirmaria que Deus é uma hipótese fácil ou cômoda para explicar tudo. A inteligência humana não fica impedida nem desestimulada de buscar outras explicações. Mas, ao lado de muitas hipóteses para explicar o mundo, a existência de Deus é, no mínimo, uma possibilidade convincente.

Dennet: É a explicação mais fácil até que se conheçam as respostas da ciência. Depois que você se informa, a hipótese de Deus torna-se incrivelmente improvável.

Acreditar em Deus é bom ou ruim para a humanidade? Por que tanta gente acredita? E qual é o futuro da crença?

D. Odílio: A fé verdadeira é boa para a humanidade. Muita gente continua a crer em Deus porque compreende, de maneira acertada, que não se pode atribuir a Ele a origem dos males que afligem a humanidade. Cometer atos de violência em nome da fé é uma aberração – um ato do homem, não de Deus. E o conhecimento científico não precisa ser visto como ameaça. Pelo contrário: a ciência vai mostrando a sabedoria de Deus e a beleza daquilo que lhe deve a existência. É um mito a idéia de que a ciência vai acabar com a fé.

Dennet: Se tivermos sorte, a crença em Deus vai desaparecer aos poucos, mas provavelmente nunca vai acabar. Muitas pessoas que dizem acreditar não têm qualquer compromisso com este ou aquele Deus, elas apenas acham que acreditar é bom. Trata-se daquilo que chamo “crença na crença”. Mas acreditar é ruim, porque atravanca a evolução humana. Quando a maioria entender isso, a idéia de Deus tenderá a se extinguir.

Por que as pessoas recorrem a Deus nos momentos de dificuldade, mesmo aquelas que não demonstram qualquer religiosidade no dia-a-dia?

D. Odílio: A descrença em Deus também pode ser um fenômeno cultural. Numa cultura que faz pouco caso da religião, é fácil que as pessoas não liguem muito para ela e, talvez, nem sintam falta. Mas, na angústia, quando a pessoa experimenta o seu limite, ela vai em busca de sentido, de superação. Poderíamos dizer que o homem não é descrente por natureza. Ao contrário, ele tende para Deus.

Dennet: Porque elas simplesmente perdem a razão. Quando sofrem, as pessoas acabam se apegando a fantasias. Não defendo perturbar a paz de quem acredita ou roubar desse indivíduo o alívio que a crença em Deus possa representar para seus sofrimentos. A não ser que essa crença conduza a algum tipo de ação imoral. Levar pessoas de bem a fazer coisas ruins é uma especialidade das religiões.

DARWIN CONTRA-ATACA

A Teoria da Evolução acabou de vez com a idéia de que a vida foi criada por intervenção divina. Para a biologia evolutiva, somos apenas animais pensantes. Somos apenas mais uma espécie animal, com uma diferença decisiva em relação às outras: tivemos a sorte de desenvolver nossa capacidade mental, característica que fez do homem o mamífero de grande mais numeroso e bem-sucedido da Terra.

ESCRITO NAS ESTRELAS

Stephen Hawking, o cientista que mais conhece os mistérios do Universo, pergunta: se tempo e espaço não têm começo nem fim, faz sentido acreditar no Criador?

Hawking acredita que estamos perto de encontrar uma resposta científica para uma das perguntas mais inquietantes da história da humanidade: como e por que existimos? O caminho para chegar lá talvez seja o que se convencionou chamar de Teoria do Tudo – aquela que, num futuro não tão distante quanto se imagina, vai explicar todos os fenômenos físicos observáveis no Universo. “Se encontrarmos a resposta para essa pergunta, isso seria o triunfo final da razão humana”, escreve o cientista nas últimas linhas de Uma Breve História do Tempo. “Então, nós conheceríamos a mente de Deus.”

O DEUS DE EINSTEIN

“Não creio em um Deus pessoal” escreveu Einstein em 1954. Adulto, dizia professar uma “religiosidade cósmica”. Certa vez o físico americano e rabino ortodoxo Herbert Godstein enviou-lhe um telegrama perguntando: “Você acredita em Deus? Resposta paga – 50 palavras”. Eisntein só precisou de metade delas para responder: “Acredito no Deus de Spinoza, que se revela na harmonia de tudo o que existe, não num Deus atento ao destino e às ações da humanidade”. A referência era ao filósofo holandês Baruch Spinoza, defensor de um Deus sem personalidade, sem vontades e que se manifestava apenas na natureza ordenada do Cosmos.

A tal religiosidade cósmica, para Albert Einstein, representaria o estágio mais maduro da religião. O primeiro teria sido o medo-medo da fome, dos animais selvagens, da morte, que levou o homem primitivo a criar um Deus pessoal. No último desses estágios, porém, a crença no divino daria lugar a um sentimento religioso que não se baseia em dogmas ou igrejas, mas em leis imutáveis da natureza. “Segundo Einstein, todo o evento no mundo físico é causado por outro evento físico, e toda causa é descrita com precisão pelas leis científicas”, explica Stanley. Trocando em miúdos: na ordem que rege o Cosmos, não haveria espaço para o Deus das grandes religiões. “É o sentimento de compreender os mistérios do Universo que move os cientistas em suas pesquisas e os motiva após cada fracasso”, Einsten costumava dizer: “Os cientistas sérios são os únicos homens profundamente religiosos.”

FUNCIONÁRIO DE DEUS

De acordo com o pesquisador americano Henry Ansgar Kelly, o Satã da Bíblia é um ser moralmente correto, uma espécie de “empregado de Deus” com a tarefa de perseguir e acusar pecadores. Mas sua biografia foi deturpada pelos patriarcas da Igreja Católica. Ao interpretar Adão e Eva, a igreja associou o demônio à serpente. Daí em diante, ele virou o inimigo do Criador.

330 MILHÕES DE DIVINDADES

Os hindus acreditam numa força divina única, mas que assume incontáveis formas. O número de deuses pode ser até maior: talvez um para cada devoto. No sul da Índia, próximo à cidade sagrada de Tiruvannamalai, fica o templo de Bhuvaneshwari. Lá, os monges residentes têm uma única ocupação – bem insólita, por sinal: desde o século 16, ou talvez até há mais tempo, eles fazem um minucioso recenseamento de todos os deuses hindus. Em pergaminho, registram a origem, a função e as relações de parentesco. É uma tarefa gigantesca. O número oficial de deuses na Índia chega a 330 milhões. Extraoficialmente, porém, essa conta bate na casa do bilhão. O deus Brahma é o princípio de tudo: ele representa a força criadora ativa no Universo. Logo abaixo, estão Visnu e Shiva.