11 de janeiro de 2010

Cronologia da fé

Acreditar Nele sem vê-Lo, sem ouvi-Lo e sem tocá-Lo. Acreditar sem questionar. Rejeitá-Lo significa rejeitar a Verdade”

MEDO E IGNORÂNCIA: Medo das forças “misteriosas” da natureza (trovões, raios, enchentes, vulcões, maremotos, terremotos, vendavais), medo da fome, de animais, de doenças, do sofrimento, da morte, do desconhecido. Falta de interpretação dos fenômenos naturais. Movimentação do sol e da lua. Estrelas cadentes. Imensidão do Universo. Trovões, raios, enchentes, vulcões, maremotos, terremotos, vendavais.

SERES IMAGINÁRIOS: Num mundo cheio de mistérios, o homem primitivo imaginou seres invisíveis, poderosos, como os autores dos fenômenos da natureza. A esses seres imaginários chamou de deuses. E logo passou a atribuir as desgraças e alegrias que lhes aconteciam a esse “ser” sobrenatural. A única maneira de acabar com o medo era através de súplicas a esse “ser”.

LÍDERES ESPIRITUAIS: Alguns astutos perceberam que esse “ser” podia ser usado de modo lucrativo. Através dele o povo podia ser levado à obediência. Surgia uma classe de pessoas que se diziam mediadoras entre esse ser e o povo. Eram os “líderes espirituais”. Diziam que tinham poderes especiais para aplacar a ira desse “ser” temido.

AMEAÇAS E PUNIÇÕES: Esses líderes espirituais, querendo que esse “ser” ficasse impregnado nas mentes das pessoas, inclusive nas mentes das gerações futuras, procurou convencer seus adeptos com ameaças - com a idéia de um “ser” que está observando a todos, a toda hora, e irá punir as pessoas que desobedecerem a seus mandamentos com as mais terríveis punições.

RELIGIÕES: Os primeiros seres foram fabricados sob numerosos modelos, e de acordo com as mais grotescas formas. A maioria desses seres era vingativos, selvagens e ignorantes. Assim, cada “ser” tinha seu “líder espiritual” e uma multidão de adeptos. Tudo era explicado através de fábulas. O medo e espanto diante os fenômenos naturais e a falta de conhecimento das leis naturais, propiciaram ao homem, criar imaginações e ilusões, na crença no sobrenatural, uma força acima da natureza que o homem poderia influenciar pela adoração, sacrifício e oração. Deste modo surgiam as religiões e seus seres divinos.

PODER E RIQUEZA: Com o passar dos tempos alguns líderes descobriram que, quanto mais adeptos tinham, mais poder detinham. Mais poder, mais riqueza. Mais riqueza, mais poder. Em busca de mais adeptos e poder, iniciaram guerras com líderes de outros seres. Cada líder dizia que seu “ser” era o verdadeiro.

DEUS: A seguir, alguns líderes, revoltados, para angariar mais adeptos, se uniram e criaram um “ser” que deveria ter a sua imagem e semelhança. Um “ser” do bem, que deveria ter ao mesmo tempo a imagem e semelhança de todas a raças. Um “ser” supremo, absoluto, misterioso, eterno, perfeito, onipotente e onisciente. A esse “ser” deram o nome de Deus. Deus surgia na mente do homem como uma projeção da figura do pai, e exatamente como ele, castiga, impõe limites e, na medida do nosso bom comportamento e submissão, nos protege do mal e da destruição. Um “ser” invisível. Um “ser” responsável pela criação de todas as coisas que existem na natureza. Um “ser” que criou tudo e não foi criado.

DIABO: Como não tinham explicações para a maldade e tudo de errado que acontecia, apesar das rezas e obediência a Deus, criaram um “ser” que deveria ser o responsável por tudo que de mal ocorria na natureza. A esse “ser” deram o nome de Diabo.

DEUS OU DIABO: Assim, sempre tinham uma explicação: As catástrofes e infortúnios podiam ser provocados por Deus ou pelo Diabo. Quando provocados pelo Diabo era porque as pessoas estavam afastadas de Deus. Quando provocados por Deus era para expressar o seu poder.

PAI DOS POBRES: Alguns líderes, para angariar adeptos das classes sociais mais numerosas, disseram que Deus amava os pobres, os que têm fome e os que sofrem. Com isso conseguiram espalhar adeptos por todo o mundo. Viram que esses adeptos eram capazes de matar e morrer por esse deus. Com isso, detinham o corpo das pessoas, o poder supremo do Estado e a maioria das nações.

ALMA: Para angariar adeptos de todas as classes sociais, para dominar a mente das pessoas, disseram que elas tinham um “corpo espiritual”. E com grande imaginação criaram a “alma”. Conceberam a idéia de que era eterna, que saía das mãos de Deus, e às suas mãos regressava depois da morte. Como isso, ninguém mais morria, apenas o corpo.

REENCARNAÇÃO: Outros líderes, com não menos fantasia, imaginaram que se reencarnava, que a alma vivia encarnações sucessivas, usando corpos distintos até chegar a uma vida perfeita e já livre de reencarnações. Com isso conseguiam dar explicações para infortúnios, crueldades, justiças e injustiças, e até para defeitos físicos congênitos.

KARMA: Era a lei do karma. Teriam que ser “bons” para que a alma se aperfeiçoasse e chegasse finalmente a Deus, ou para interromper o ciclo de reencarnações. Quem fizesse alguma malvadeza na vida passada, no corpo de outra pessoa, deveria pagar, no corpo atual, na mesma moeda, salvo se fosse bom e se arrependesse, seguindo as determinações de seus líderes. Por outro lado, quem fizesse alguma malvadeza no corpo atual, deveria pagar, na vida futura, no corpo de outra pessoa, na mesma moeda, salvo se fosse bom e se arrependesse, seguindo as determinações dos futuros líderes.

GUIAS ESPIRITUAIS: Esses líderes (guias espirituais) passaram a ser os porta-vozes e intérpretes dos adeptos mortos. Eram os administradores de consciências, de crenças e de almas. Eram eles que formavam conceitos de bem e de mal. Eram eles que impunham idéias nos seus adeptos. Tudo tinha explicação. Para que se preocupar? Alguém nasce defeituoso? Deus assim quis/Era seu karma. É um malfeitor? Deus é quem sabe/Era seu karma. Morreu jovem? Chegou sua hora/Deus o chamou/Era o seu karma.

LIVRE-ARBÍTRIO: Para fechar algumas lacunas, de não conseguir explicar a existência do mal sobrepujando o bem com notável freqüência, apesar de Deus ser um Pai onipotente e bondoso, criaram o livre-arbítrio. Com isso, Deus passou a não ser mais responsável pelas maldades, bestialidades, tragédias e desgraças existentes no mundo. A culpa passou a ser do homem que usa seu livre-arbítrio.

EXPICAÇÕES PARA TUDO: Com isso, tudo passou a ter explicações: Homicídios, maldade, agonia, doenças, bestialidades, morte prematura, escravidão, dementes e deformados. Ou é culpa do karma ou do livre-arbítrio ou de ambos. Até o ingresso do Diabo no corpo ou alma (possessão) passou a ser culpa do livre-arbítrio.

FÉ: Finalmente, para que os adeptos não se afastassem de Deus, disseram que “Deus é verdade” e que “Deus é amor”. Com isso, Deus, amor e verdade passaram a ser sinônimos. Quem se afastasse de Deus estaria se afastando da verdade e do amor. Para que Deus não fosse contestado e debatido, disseram que os adeptos tinham que acreditar Nele sem vê-Lo, sem ouvi-Lo e sem tocá-Lo. Acreditar sem questionar. E criaram a “fé”. Com isso, rejeitar a fé significa rejeitar a verdade.

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