23 de março de 2009

Um robin hood às avessas

A respeito do estacionamento rotativo no centro de Rio Grande, cerca de 1,3 mil vagas, creio que o projeto não foi avaliado sob ponto de vista dos trabalhadores, que diariamente, por não terem um transporte público eficiente, utilizam seus veículos para se locomoverem ao centro da cidade e estacionarem o mais próximo de seu trabalho. São eles, que juntamente com os comerciantes, utilizam cerca de 80% das vagas no centro da cidade.

Embora uma pesquisa no site da Prefeitura, com comerciantes e motoristas em geral, diga que 62% comerciantes e 77% do público em geral são a favor do estacionamento rotativo, isso não condiz com a realidade.

Ainda que os empresários pensem num primeiro momento, num cliente à beira da porta de seu estabelecimento, esse não comparecerá, pois o alto custo do estacionamento o afugentará do centro, pois comprar é um ato que demanda tempo e dinheiro. Por isso, as lojas, bancos e supermercados da cidade, sabiamente, não cobram estacionamento para não afugentarem os clientes.

É claro que é necessário estacionamento para aqueles que vão esporadicamente ao centro da cidade, mas essas vagas, deveriam ser de cerca de 20% (das 1,3 mil vagas), ou seja, 260 vagas, com administração da própria Prefeitura, como por exemplo, estacionamento no entorno da praça Xavier Ferreira.

Os maiores prejudicados, como sempre, além dos chamados “flanelinhas”, serão os trabalhadores que terão que pagar para estacionar, diariamente, um valor que vai ultrapassar mais de R$ 200,00 no fim do mês.

Qual a vantagem de tirar dinheiro da população? É um Robin Hood às avessas, pois tira dinheiro de quem já tem pouco e concentra em quem tem muito, provavelmente de fora da cidade.

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