17 de março de 2011

Velhice

Agora no fim da vida,
é tempo de despedida,
viagem só de partida,
jornada não escolhida.

Aquele que tudo fez,
agora está tão sozinho,
caminha devagarinho,
a espera de um carinho.

Aquele ser paciente,
que esteve sempre presente,
agora é como um repelente,
enchendo o saco da gente.

Muitas vezes desprezados,
esquecidos e desamparados,
tratam-os com intolerância,
abandonando-os a distância,

Familiares com lealdade,
tratam-os com dignidade,
dando-lhes calor e amizade.


Velhice não é sofrimento,
é ternura e encantamento.
Também não é decadência,
é apenas uma circunstância.

É preciso dar-lhes atenção,
amor, carinho e proteção,
para que a culpa e a aflição,
não deixe sequelas no coração.

Aquele que a todos fez,
agora está tão cansado,
caminha desengonçado,
a espera de ser amado.

Aquele olhar marejado,
agora já está focado,
naquilo que foi buscado.

Naquele lugar tão sonhado,
semelhante ao Eldorado,
jamais será desprezado.

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