21 de outubro de 2025

A LÓGICA DO PUPPETEER

A lógica do puppeteer explora como as noções de moralidade e valor pessoal podem ser vistas como comportamentos que transmitem nossos genes, citando a ideia do “gene egoísta” de Richard Dawkins. A aplicação da teoria de Darwin à política no século XIX (Darwinismo Social) foi controversa, e a publicação de “Sociobiologia: A Nova Síntese” (1975), de E. O. Wilson, que estendeu o paradigma darwiniano, foi vista com desconfiança, inclusive como endosso ao fascismo.

Apesar das cautelas iniciais, o pensamento darwiniano, especialmente o Neodarwinismo, tem sido cada vez mais aplicado a diversas disciplinas (sociologia, psicologia, antropologia), impulsionado pela simplicidade e evidência da seleção natural.

O livro “O Animal Moral” de Robert Wright, foca na “Psicologia Evolucionária” e como as teorias neodarwinianas se manifestam no comportamento humano, como no namoro, amor e sociedade. Wright argumenta que nossa generosidade e afeto têm um propósito subjacente limitado, servindo para beneficiar a transmissão dos nossos genes (família, parceiros) ou obter favores recíprocos. Ele sugere que afeto pode ser uma “ferramenta de hostilidade” para aprofundar divisões.

A Psicologia Evolucionária, segundo Wright, embaralha as tradicionais noções políticas de Esquerda e Direita, mostrando que os comportamentos, até os liberais, podem ter vantagens genéticas. O livro usa a biografia de Darwin para humanizar essas noções cínicas. Estudos comportamentais, como o de David Buss sobre ciúme (homens se perturbam mais com infidelidade sexual, mulheres com infidelidade emocional) e o aumento de adornos em mulheres perto da ovulação, ilustram os argumentos.

A perspectiva neodarwiniana reorganiza conceitos de psicologia e filosofia. Por exemplo, o conflito entre pais e filhos, em vez de sexual (Complexo de Édipo de Freud), é visto como um conflito de interesse genético. O id seria as inclinações da seleção natural. A desarticulação entre o ambiente em que nosso cérebro evoluiu (pequenas sociedades caçadoras coletoras) e a vida moderna é apontada como causa de sofrimento.

A lógica evolutiva sugere que a auto ilusão pode ter vantagens genéticas, levando-nos a acreditar na possibilidade de felicidade. Wright prescreve uma ética utilitária como o caminho mais lógico para se afastar do cinismo total, reconhecendo que somos “um grupo de organismos aceitavelmente considerado” dada a crueldade da lógica evolutiva.

Conclui que a comunicação é uma forma econômica de um organismo afetar o comportamento de outro. Entender a natureza do controle genético é o primeiro passo para “decifrar a lógica do puppeteer (fantoche)” e buscar a liberação.

O ensaio base original está disponível em:
www.thing.net/~lilyvac/wright.html.

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