A criação da LGB Internacional
(LGBI) representa um movimento de separação de pautas. Essa
organização se separou para focar apenas nas pautas de Lésbicas,
Gays e Bissexuais (LGB) baseadas no sexo biológico. Já a sigla mais
longa, LGBTI+, representa a visão de que todas essas identidades
compartilham a luta contra a cis-heteronormatividade e a
discriminação.
L (LÉSBICAS): Mulheres que sentem atração por outras mulheres.
G (GAYS): Homens que sentem atração por outros homens.
B (BISSEXUAIS): Pessoas que sentem atração por mais de um gênero (não se limita a apenas dois).
T (TRANSGÊNERO/TRANSSEXUAIS): Pessoas cuja identidade de gênero não corresponde ao sexo que lhes foi atribuído ao nascer (a pauta central que a LGBI busca excluir).
I (INTERSEXO): Pessoas que nascem com variações nas características sexuais (cromossomos, gônadas ou anatomia sexual) que não se encaixam nas definições binárias de masculino ou feminino.
+ (MAIS/OUTRAS IDENTIDADES): O símbolo de inclusão que abrange todas as outras identidades que não estão explicitamente na sigla, como: Queer (Q), Assexuais (A), Pansexuais, e outros.
A cisão ocorre porque o grupo LGBI entende que as pautas de orientação sexual (atração por um sexo) são diferentes e, em alguns casos, conflitantes com as pautas de identidade de gênero (como a pessoa se sente ou se identifica). Principais Diferenças e Posições da LGB Internacional:
FOCO DA PAUTA: Exclusivamente LGB (Lésbicas, Gays, Bissexuais).
BASE PARA DIREITOS: Sexo Biológico e Orientação Sexual. A atração é definida pelo sexo (macho/fêmea).
CONCEITO DE GÊNERO: Entende o sexo como uma “realidade material imutável” (macho/fêmea). Argumenta que a substituição de sexo por gênero apaga as definições de homem, mulher e orientação sexual.
TOM DE CAMPANHA: Contundente, com frases como “já estamos fartos de pronomes” e “os direitos dos gays não podem ser contrários aos direitos das mulheres”, indicando uma rejeição às novas linguagens e às políticas de inclusão trans.
O QUE VAI MUDAR NA PRÁTICA: A formalização da LGBI representa uma mudança no panorama ativista:
SEPARAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO: Os ativistas da LGBI buscarão representação política e social focada apenas nas questões LGB, sem endossar ou lutar pelas pautas que envolvem identidade de gênero (como o reconhecimento legal de gênero, o uso de pronomes ou a inclusão de pessoas trans em espaços específicos de homens ou mulheres).
DISPUTA DE NARRATIVA: A LGBI passa a contestar abertamente a narrativa de que as pautas de orientação sexual e identidade de gênero são intrinsecamente ligadas, criando um debate polarizado dentro do movimento social.
FOCO EM SEXO BIOLÓGICO: Ao basear sua missão no sexo biológico, o grupo reforça a ideia de que a atração homossexual ou bissexual é necessariamente por alguém do mesmo sexo (macho atraído por macho, fêmea atraída por fêmea), em contraposição à ideia de atração por uma identidade de gênero.
Em resumo, a cisão é um reflexo de uma disputa conceitual sobre o papel do sexo biológico versus a identidade de gênero no ativismo e na definição de direitos. A LGBI busca delimitar seu foco e excluir a agenda trans de suas prioridades, argumentando que o sexo é dividido entre macho e fêmea e é uma realidade material imutável. Afirma que, ao substituir o sexo por gênero, como o movimento trans propõe, apaga-se a definição do que é mulher e homem e também a de orientação sexual.
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