30 de agosto de 2025

CLONAGEM DE ALMAS (ficcional)

Com tantas crenças no mundo, muitas antagônicas, como fica o tão almejado céu de cada um de nós? Qual será o verdadeiro céu? Segundo as crenças religiosas, céu é o lugar para onde vão as almas dos justos. A teoria celestial diz que existem cerca de 390 céus. O céu dos católicos; o céu dos hebreus; o céu dos hindus; o céu dos evangélicos; o céu dos budistas; o céu dos hinduístas; o céu dos espíritas; o céu dos umbandistas; o céu dos muçulmanos, e outros céus. No mundo religioso não existe meia-verdade. Todos estão certos. Ninguém está errado.

Não seria justo um crente passar a vida acreditando num céu, e ao morrer se deparar com um céu totalmente oposto ao seu. Se no céu budista existem diversas almas libertando-se do karma de reencarnações e atingindo o Nirvana; se no céu hinduísta existe a transmigração de uma alma para o corpo de um animal; se no céu muçulmano existem almas de intrépidos guerreiros deleitando-se com suas 72 noivas virgens; se no céu católico existem anjos, querubins e serafins, formados de pura energia e almas a espera da vida eterna; se no céu umbandista existem almas convivendo com espíritos, orixás e guias; se no céu evangélico existem almas aguardando a ressurreição; se no céu espírita existem vários planos vibratórios, dos mais inferiores aos mais elevados, com espíritos transitando entre os diversos planos. 

Para sanar o problema, da multiplicidade de céus, o Supremo Criador, com toda a sua sabedoria, criou a CLONAGEM DE ALMAS. Pela clonagem das almas, é possível almas com diferentes crenças se comunicarem entre si. Até a alma de um ateu, que conforme sua suposição, fica no mundo da matéria, numa espécie de inconsciente coletivo, pode-se comunicar com a alma de um crente. Para isso, são criados “clones” da alma do ateu e enviados aos céus que têm almas com afinidade à dele.

A ideia do Clone é perfeita, pois permite que entes queridos se comuniquem nos diversos céus. Assim, a alma de um católico ou evangélico pode se comunicar com o “clone de uma alma” de um familiar ou amigo ateu. É uma maravilha, todos, apesar de estarem em céus diferentes, podem se comunicar. A comunicação é alma-a-alma, para almas de um mesmo céu e, alma-a-clone, para almas de céus diferentes. Os clones, antes de serem enviados aos diferentes céus, passam por um processo de “clipagem” para incorporarem as informações necessárias desses céus, sendo reciclados a todo o instante com a chegada de novas almas.

JC COUTINHO

RELIGIOSIDADE X ESPIRITUALIDADE

Muitas vezes pensamos que religiosidade e espiritualidade são sinônimos. Seu emprego generalizado comumente colabora para isso. Porém, a espiritualidade pode se expressar por meio da religião, mas não mantém necessariamente conexão com ela. Podemos ser altamente espiritualizados e não necessariamente ligados a essa ou àquela religião.

Ser religioso não é garantia de uma espiritualidade elevada, ainda mais, quando o que se busca é apenas certezas e salvação. Mesmo aqueles que não são religiosos no sentido tradicional, frequentemente podem ter uma espiritualidade em um sentido mais amplo. Essas pessoas têm um sentimento de humildade que surge da compreensão de como seus propósitos individuais se encaixam no contexto de algo que é maior do que elas.

Para muitos, as religiões fornecem uma forte motivação para o agir ético e o desenvolvimento do caráter. Isto não sugere que pessoas sem convicções religiosas não tenham caracteres fortes e honrados. Ética nada mais é do que um conjunto de valores morais e princípios de conduta que devem ajustar as relações entre os diversos membros de uma sociedade. Não é preciso ter religião para ter ética. As pessoas podem ser boas sem religião, exatamente como pessoas religiosas podem ser más.

Existem conceitos que, por mais que se escondam na aura da abstração, para a maioria das pessoas são concretos em sua essência, pois definem-se pela concretização daquilo que representam. Assim é Deus. Já imaginou amar um “deus não pessoal”? Quem ama, ama alguém (alguma coisa). Para quem ama um “deus pessoal”, amor é mais do que concreto.

Einstein, quando lhe perguntaram se ele acreditava em Deus, disse que acreditava no Deus de Spinoza, que se revela na harmonia e na ordem da natureza, não em um deus que se preocupa com os destinos e as ações dos seres humanos. Para Spinoza, filósofo holandês, Deus e o Universo seriam a mesma “substância”. A definição de Einstein decepcionou muita gente - por excluir o que costuma se chamar de “Deus Pessoal”.

Da mesma maneira Fernando Pessoa aceitava a divindade. Para ele Deus era o Universo (flores, árvores, montes, sol e o luar). E dizia: “mas se Deus é as árvores, as flores, os montes, o luar e o sol, para que lhe chamo eu Deus? Chamo-lhe flores, árvores, montes, sol e luar; porque, se ele se fez para eu ver, sol, luar, flores, árvores e montes. Se ele me aparece como sendo árvores, montes, luar, sol e flores, é que ele quer que eu o conheça como árvores, montes, flores, luar e sol… e chamo-lhe luar e sol, flores, árvores e montes, e amo-o sem pensar nele, e penso-o vendo e ouvindo, e ando com ele a toda a hora…”

Religiosidade é qualidade do que é religioso. A palavra religiosidade tem origem do latim religiositate. É definida como uma disposição ou tendência do ser humano para o sagrado, para buscar o sentimento religioso. A palavra religião vem do verbo latino religare, o que em português quer dizer religar, ou seja, o retorno do homem a Deus.

Religião é um conjunto de práticas e crenças que estabelece e regula as relações entre os seres humanos e as divindades. Aplica-se aos sistemas que comportam fé numa crença, obediência a um determinado código moral e participação em cultos. A religião pode, portanto, ser definida como “o conjunto de atitudes e atos pelos quais o homem manifesta sua dependência em relação a potências invisíveis consideradas sobrenaturais”.

A adesão a uma religião significa a crença em uma força divina e a aceitação de uma certa orientação moral. Assim, geralmente a religiosidade vem atrelada a dogmas e crenças. No entanto, dogmas e crenças muitas vezes, reprimem, em vez de ajudar a crescer, dividem, em vez de unir.

Espiritualidade, que nada tem a ver com religiosidade, é a capacidade inata do homem de buscar sentido na vida e no universo, produzindo em nós uma mudança interior profunda. Refere-se à relação intangível que temos com o sublime. É o sentimento que surge da humildade, da sensação de espanto e admiração pela estrutura do universo, da “vaga sensação” que há “algo” além da realidade superficial da experiência cotidiana, chamado de sentimento de reverência pela natureza, fascínio e respeito por sua profundidade, beleza e sutileza.

Algo muito semelhante à veneração religiosa. Uma espiritualidade que também conhece a importância da solidão, do pesar, do silêncio, do pensar e do meditar. Um exercício pelo qual o sujeito se despoja de seus fortes apegos ao passado e ao futuro, vencendo os medos ligados a finitude, graças à prática de uma convicção não intelectual, mas íntima, quase carnal: aquela segundo a qual não há, no fundo, diferença entre eternidade e o presente, já que este não é mais desvalorizado no que concerne às outras dimensões do tempo.

FRASES NA INTERNET

1) Nunca perca seu tempo pensando em pessoas que você não gosta.

2) A vida é muito curta para perdermos tempo odiando alguém.

3) Inveja é perda de tempo. Você já tem tudo o que necessita.

4) Não compare sua vida com a dos outros. Você não sabe da jornada deles.

5) Crie filhos em vez de herdeiros.

6) Seus cupinchas não irão cuidar de você quando adoecer. Seus familiares e pais vão.

7) Se desfaça de tudo que não é útil, bonito e prazeroso.

8) Seja excêntrico agora, não espere ficar velho para usar roxo.

9) Ninguém é responsável pela sua felicidade além de você.

10) O tempo cura quase tudo. Dê tempo. O melhor sempre está por vir.

11) Aquele que se diz ser o seu melhor amigo pode se tornar o seu pior inimigo.

12) O inimigo nada mais é do que alguém mais difícil de se conquistar.

13) Não existem pessoas imprestáveis, mas pessoas mal valorizadas e aproveitadas.

14) Fracassar faz parte da vida. Não lamente seus erros, aprenda com eles.

15) É dando e perdoando que somos considerados.

16) A boa relação afetiva visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades.

17) O outro, com o qual estabelecemos um elo, é apenas um companheiro de viagem.

18) Buscamos apoio nas religiões, procurando verdades em suposições.

19) Valeu a pena? Tudo vale a pena, se a alma não é pequena.

20) Existe Justiça Divina, mas Deus não é culpado de nada.

21) Se a ciência não explica tudo, a religião não explica nada.

22) Rezar faz bem. Proporciona conforto espiritual e estimula o espírito do amor e da caridade.

23) Nem todo aquele que reza é bom. Nem todo aquele que é bom reza.

24) Não basta rezar, tem que ser bom. Basta ser bom, não precisa rezar.

25) Tudo que há, houve e haverá, pode, deve e deverá ser explicado em termos materiais.

OS PADRÕES DA SENSUALIDADE

Muitos rapazes são enganados pela visão de “mulheres desregradas ou, no mínimo, vulgares e de baixo nível”. E embarcam no casamento com ideias exageradas sobre satisfação sexual. Não compreendem que “as melhores mães, esposas e donas de casa, pouco ou nada entendem de prazeres sexuais. O amor ao lar, aos filhos e às tarefas domésticas são as únicas paixões que sentem”. Algumas mulheres que se consideram excelentes esposas e mães podem ter outra opinião. E podem ter fortes argumentos a seu favor.

Ainda assim, a ideia de que há algumas diferenças entre apetites sexuais masculino e feminino típicos, e que o apetite sexual masculino é menos exigente, recebe forte respaldo do novo paradigma darwinista. Aliás, a premissa recentemente popular que homens e mulheres têm basicamente naturezas idênticas conta cada dia com menos defensores. Deixou de ser, por exemplo, uma doutrina central do feminismo. Uma escola inteira de feministas – as “feministas da diferença”, ou “essencialistas” - agora aceita que homens e mulheres são profundamente diferentes.

As mulheres promíscuas seriam bem-vindas como parceiras sexuais de curto prazo – e de certa forma até preferíveis, pois pode-se conquistá-las com menos esforço. Mas não serviriam para esposas, por serem um conduto duvidoso para investimento masculino em filhos. Podemos imaginar a corte, entre outras coisas, como um processo de classificar a mulher em uma categoria ou outra. O teste correria mais ou menos assim: se você encontra uma mulher que parece geneticamente apropriada para um investimento, comece a passar muito tempo com ela. Se parecer interessada em você, mas permanecer sexualmente indiferente, ela passou no teste.

Se, por outro lado, parecer ávida para ter uma relação sexual imediatamente, então, por favor, faça sua vontade. Mas se você obteve sexo com tanta facilidade, talvez queira passar do modo investimento para o modo exploração. A avidez que ela demonstrou pode significar que sempre será facilmente seduzida – uma qualidade indesejável em uma esposa. Naturalmente, no caso de uma determinada mulher, a avidez sexual pode não significar que ela sempre será facilmente seduzida: talvez seja você o único homem irresistível. Mas se existir correlação geral entre a rapidez com que a mulher sucumbe e a sua probabilidade de vir a enganá-lo, então essa rapidez é um indício estatisticamente válido para uma questão de enorme consequência genética.

Há uma teoria segundo a qual algumas mulheres são inatamente propensas a perseguir a estratégia do “filho sexy”: cruzam promiscuamente com homens sexualmente atraentes (bonitos, inteligentes, musculosos, e assim por diante), pondo em risco o alto investimento masculino nos filhos que poderiam obter se fossem mais santas, e tivessem a probabilidade de terem filhos como os pais, atraentes e, portanto, prolíficos. Quanto mais atraente for uma adolescente, tanto maior a sua probabilidade de “casar bem” - casar com um homem de condições socioeconômica mais elevada. Quanto mais ativa sexualmente for uma adolescente, tanto menos possível que isto ocorra.

Um macho rico de condição social elevada em geral tem à escolha uma ampla gama de candidatas a esposa. Portanto tende a escolher uma mulher bonita que é também relativamente santa. Em outras palavras, talvez as adolescentes que recebam desde cedo uma resposta social confirmando sua beleza, tirem partido disso, e se tornem sexualmente reservadas, encorajando, assim, os investimentos de longo prazo de machos de posição elevada que procuram santas bonitas.

As mulheres menos atraentes, com menores chances de acertar na loteria por meio de reserva sexual, tornam-se promíscuas, e extraem pequenas parcelas de recursos de uma série de homens. Embora tal promiscuidade possa, de certa maneira, reduzir o valor dessas mulheres como esposas, não teria, no ambiente ancestral, anulado suas chances de encontrar um marido.

A promiscuidade está instalada no cérebro masculino, é uma herança da evolução. Através da história, os homens morreram em guerras e mais guerras. Assim, fazia sentido tentar de qualquer jeito aumentar a população. Sempre voltavam menos guerreiros. Mas os sobreviventes tinham à sua disposição cada vez mais viúvas, criando um harém que servia muito bem à estratégia de preservação da espécie.

Esta imagem da mulher moderna passada pela mídia, a devoradora de homens e maníaca por sexo, é uma criação do imaginário masculino e não corresponde a 1% da população feminina. Como muitas mulheres não conseguem corresponder às imagens que veem, começam a pensar que não são normais. E os homens, estimulados a acreditar no grande apetite sexual feminino, ficam aborrecidos e frustrados se suas parceiras não tomam a iniciativa com frequência. A mulher tem a mesma necessidade de sexo de suas mães e avós, só que estas reprimiam e não falavam sobre o assunto.

Os homens podem reproduzir centenas de vezes por ano, presumindo que consigam persuadir mulheres suficientes a cooperar, e presumindo que não existam leis contra a poligenia – o que, com certeza, não havia no ambiente onde grande parte de nossa evolução ocorreu. As mulheres, por outro lado, não podem reproduzir mais que uma vez por ano. A assimetria reside parcialmente no alto custo dos ovos; em todas as espécies eles são maiores e em menor número do que os minúsculos espermatozoides produzidos em massa. Assim, mulheres têm que ter cuidado com a forma de gastá-los. Nove meses de investimento, sem contar, os cuidados, o tempo e a energia que terão de ser investidos na cria depois.

Mulheres, por instinto, devem ser cuidadosas. Mais que os homens. Nada de sair comprometendo óvulos por aí, porque o investimento que terão de fazer mais tarde é incomparavelmente maior que o deles. Dar à luz uma criança exige um enorme investimento de tempo, sem falar da energia, e a natureza estabeleceu um baixo patamar para o número de projetos do gênero que ela pode realizar. Assim cada criança, do ponto de vista (genético), é uma preciosa máquina de genes. Sua capacidade de sobreviver e, por sua vez, produzir a própria máquina de genes, tem uma enorme importância.

Faz sentido em termos darwinistas, então, que uma mulher seja seletiva com relação ao homem que vai ajudá-la a construir sua máquina de genes. Para a fêmea, “a cópula pode significar o compromisso com um encargo prolongado, tanto no sentido mecânico, quanto fisiológico, com as suas consequentes fadigas e perigos”. Portanto é de seu interesse genético “assumir os encargos da reprodução” apenas quando as circunstâncias parecem propícias.

E “uma das circunstâncias mais importantes é o macho inseminador”; uma vez que “pais excepcionalmente aptos tendem a gerar filhos excepcionalmente aptos”, é “vantagem para a fêmea escolher o macho mais apto disponível...”. Donde a corte: “a publicidade que o macho faz de sua aptidão”. E da mesma forma que é vantajoso para ele fingir ser extremamente apto, quer seja, quer não, é vantajoso para a fêmea identificar sua falsa publicidade.

Assim sendo, a seleção natural cria “um sofisticado talento para vendas nos machos e uma sofisticada discriminação e resistência à vendas nas fêmeas”. Em outras palavras: os machos devem, em teoria, tender ao exibicionismo (avidez) e as fêmeas ao resguardo (recato).

Se aceitarmos ao menos três modestas afirmações - (1) que a teoria da evolução natural implica diretamente a “aptidão” das mulheres que são seletivas com relação a seus parceiros sexuais e dos homens que em geral não o são; (2) que a presença e ausência dessa seletividade são observadas em todo o mundo; e (3) que tal universalidade não pode ser explicada com igual simplicidade por uma teoria concorrente e puramente cultural – e se estivermos jogando de acordo com as normas da ciência, teremos que endossar a explicação darwinista: a licenciosidade masculina e o (relativo) recato feminino são até certo ponto inatos.

Mulheres tendem a ser, como regra, exigentes e chatas na escolha de seus homens. Mas não podem ser exigentes e chatas demais, senão não copulam, e adeus genes! O mesmo risco correm os homens afoitos ansiosos por copular e engravidar todas as mulheres do mundo. Se desenvolverem uma reputação de copular e abandonar a fêmea sem ajudar, um pouco que seja, no cuidado da cria, correm o risco de ficar a ver navios. Acabarão sendo rejeitados, preteridos por outros homens mais “geneticamente corretos”, e seus genes não se propagarão. A tentação da trapaça na relação macho-fêmea existe, mas o jogo não é necessariamente de soma zero. Isto é: não é necessário que alguém perca para que alguém possa ganhar. Ambos – macho e fêmea – querem propagar seus genes, portanto, ambos podem ganhar. Algum tipo de estratégia de cooperação deverá se desenvolver. Por interesse.

A seleção natural acaba provocando o aparecimento de comportamentos de equilíbrio. Essas são as estratégias que acabam levando ao compromisso entre os interesses – naturalmente egoístas – de macho e fêmea. Assim, o jogo do sexo é inerentemente conflituoso; ele foi embutido nas psicologias de homens e mulheres à imensidão do tempo evolucionário. O que engendra esse conflito é a diferença essencial entre ambos: espermatozoides são abundantes e baratos; óvulos são poucos e caros.

O INCONSCIENTE

Nós vamos partir de uma premissa nietzschiana, que, bem ou mal, Espinosa já tinha introduzido, e que Freud vai consagrar. E qual é a premissa? Aquilo que passa pela sua cabeça, ou, se você preferir, a consciência, é a parte ínfima e menos importante, e pior, da sua psique. Eu vou repetir: aquilo que passa pela sua cabeça é a parte ínfima, de pior qualidade, e menos importante da sua psique.

Então, se você acha que o que você pensa é o que passa pela sua cabeça, saiba que o que não passa pela sua cabeça é o que tem de melhor no seu pensamento. O seu pensamento é muito mais amplo do que aquilo que passa pela sua cabeça. Então nós podemos chamar isso com o nome que isso ganhou: aquilo que você pensa e que não passa pela sua cabeça é denominado de Inconsciente.

Nietzsche diz em alemão: “es denkt in mir”, que significa algo pensa em mim. Perceba que não é “eu penso”, e sim “algo pensa em mim”. Isso é fundamental. Em outras palavras, o que acontece é que você não é senhor do próprio pensamento. O pensamento é uma atividade do seu corpo que transcende o seu controle consciente. Algo pensa em mim, portanto, existe uma força que pensa em mim, e que obviamente escapa à minha decisão, ao meu controle, a minha deliberação, e assim por diante. Ficou claro isso: “Eu não sou completamente responsável por aquilo que eu penso”? Algo pensa em mim, isso é fundamental você entender.

Segundo Nietzsche, a consciência é a parte mais ínfima e a pior de tudo o que o indivíduo pensa; portanto, o inconsciente é o essencial da vida psíquica. Não existe um “eu” arquitetando coisas, existe força que produz pensamento. Eu, quando muito, assisto o que eu mesmo pensei, e consequentemente falei. É só o seu corpo, é tudo o que é, é só a imanência do corpo, é só a força vital; é só o corpo que, enquanto movido por uma energia, tem uma competência de articulação de símbolos, é só isso.

O que você poderia chamar de “eu”: a reunião de um corpo que pensa, que se movimenta, e que é movido por uma energia que oscila, e que oscila em função dos choques e dos encontros com outras energias. Não há nenhuma especificidade de você em relação a animais, plantas ou mesmo minerais.

Mas quem é o “eu”? Há um “eu” que habita nós mesmos? - Nietzsche nos responde através de Zaratustra: “Por detrás de teus pensamentos e sentimentos, meu irmão, se encontra um poderoso senhor e um sábio desconhecido - ele se chama si mesmo. Ele habita o teu corpo, ele é o teu corpo. Há mais razão em teu corpo do que em tua melhor sabedoria.

E quem sabe, aliás, para que o teu corpo necessita justamente da tua melhor sabedoria? Teu si mesmo se ri do teu eu e de seus saltos orgulhosos. ‘O que são para mim esses saltos e asas do pensamento’?, diz ele consigo. Um desvio para as minhas finalidades. Eu sou a andadeira do eu e aquele que infla os seus conceitos.”

Percebe-se que Nietzsche inverte os polos sagrados da metafísica, do Cristianismo, do platonismo, do dogmático e propõe o “corpo” enquanto a grande razão. Aqui não há uma alma, um espírito, um “eu”, uma substância subjetiva que está aprisionada no corpo, é o próprio corpo que és tu.

Aqui valeria uma comparação com os dois outros pensadores que também são pensadores da desconfiança, da suspeita, por que pensadores da suspeita? Porque suspeitam que a consciência não é senhora de si mesma, que são Marx e Freud.

Se você ler Marx, você dirá: aquilo que passa pela sua cabeça é a ideologia, e essa ideologia não se explica por si só, existe um inconsciente coletivo que é determinado pelas forças de produção e pelas relações de produção.

Se você ler Freud, você dirá: o que passa pela sua cabeça é a ponta do iceberg, que é determinado por um inconsciente que você não controla e do qual você obviamente não tem consciência porque senão não seria inconsciente.

Pois muito bem: qual é a diferença de Freud, Marx e Nietzsche? Por que existe uma diferença fundamental? Quando o analisando vai ao divã psicanalítico e começa a falar, o freudismo tem a pretensão de estabelecer sobre aquele discurso uma espécie de verdade, é a verdade do inconsciente que emerge na análise.

O analista, portanto, constrói uma gramática que relaciona o que o analisando diz com aquilo o que ele diz significa. E essa gramática é chamada de interpretação dos sonhos, e tem um lindo livro do Freud sobre isso. Então, o que é a psicanálise? é uma forma de construção de verdades sobre o inconsciente daqueles que se submetem a esse tipo de análise.

E o marxismo? É a convicção de que a sociologia identificará verdades sobre o que passa pela cabeça das pessoas enquanto ideologia. Eu não sei se você percebeu, mas quando Marx e Freud analisam o discurso de alguém, eles analisam na posição de cientista, na posição daquele que sabe o que o outro não sabe, na posição daquele que sai da ilusão e chega até a verdade. No caso de Marx, isso ainda é pior. Os marxistas, além de acreditarem na verdade, são dogmáticos; não só eles sabem a verdade, como só aquela é a verdade.

Nesse ponto, Nietzsche é infinitamente mais sofisticado. Por quê? Porque quando você vai analisar o mundo, quando você vai analisar um discurso, diz Nietzsche: a interpretação é por sua vez interpretável, e a interpretação da interpretação também é interpretável, e assim por diante, e haverá sempre uma caverna por detrás da caverna, haverá sempre um submundo por detrás das fundações, haverá sempre interpretações ao infinito.

Então, para que isso fique mais claro, imagine você no divã: você deita e começa a falar, aí vira o analista e diz: bom... eu vou interpretar o que você falou.

Para Freud morreu ali, para Nietzsche não. Quando o analista interpreta o que o outro falou, o que ele mesmo falou nada mais é do que o resultado das suas próprias forças vitais e, portanto, pode ser interpretado por um outro, que quando for interpretar vai falar das forças vitais dele, e quando mais um outro for falar vai também falar das suas próprias forças vitais. Em outras palavras: só há interpretações ao infinito.

O fato de que quando nós falamos sobre o mundo, o que nós falamos não é bem uma análise objetiva do mundo, mas é aquilo que as nossas forças vitais e os nossos estados de psique determinaram. E, portanto, evidentemente, quando Nietzsche escreve a sua obra, ele não diz: leia isso aqui porque isso aqui é a verdade sobre o mundo. De jeito nenhum. Melhorar a humanidade é a única coisa que você não deve esperar de mim, ele diz, isto aqui é a minha produção, isto aqui são as minhas forças.

Quando o psicanalista fala do discurso do analisando, não há no discurso do psicanalista nem uma vírgula de verdade a mais do que o próprio analisando falou. E se um outro analista analisar a análise desse analista, também não haverá nenhuma vírgula a mais de verdade. Por quê? porque todos falarão apenas o que as suas forças vitais estiverem determinando.

Por isso diz Nietzsche: toda filosofia é uma fachada, toda palavra é uma máscara, tudo é uma ilusão, nada mais é do que forças vitais em produção, em produção semiótica, em produção psíquica, só isso, nada mais do que isso.

* Prof. Clóvis de Barros Filho, filósofo, é professor de Ética da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP. Doutor em Direito pela Universidade de Paris e em Comunicação pela Universidade de São Paulo, professor de Ética da HSM Educação, e consultor de Ética da UNESCO. Texto extraído da fala do Prof. Clovis de Barros Filho no vídeo “Negar a fórmula e Viver a vida”

29 de agosto de 2025

LIVRO "FRAGMENTOS DA VIDA EM POESIA"



É uma coletânea de poemas que explora uma vasta gama de reflexões sobre a existência humana, espiritualidade, sentimentos, e as nuances da vida. O poeta utiliza sua formação humanista e filosófica para transformar temas complexos em versos acessíveis e líricos, criando uma obra que convida o leitor a refletir sobre o significado da vida e seus desafios. A cada poema, somos instigados a mergulhar em nossa própria introspecção, encontrando fragmentos de sabedoria que se aplicam tanto ao cotidiano quanto às grandes questões da existência.

Este livro não é apenas uma análise filosófica da vida, mas uma celebração de suas inúmeras facetas. Ao longo de suas páginas, cada um dedicado a um aspecto singular da vida, somos convidados a olhar para dentro de nós mesmos e para o mundo ao nosso redor, refletindo sobre o que significa viver, sentir e existir. Nele, você encontrará uma jornada por reflexões que, apesar de fragmentadas e repetitivas, convergem em um ponto: o de que a vida, em todas as suas formas, é digna de ser vivida e pensada profundamente.

Neste livro, cada verso é um pedaço de uma vida, um eco de experiências compartilhadas, uma janela para diferentes estados da alma. Ao seguir os caminhos traçados por estes poemas o leitor é convidado a se perder e se encontrar nos fragmentos que formam o todo da vida. É uma obra para ser lida com o coração aberto, permitindo que as palavras ressoem com suas próprias experiências e emoções. Aqui, não há respostas definitivas, mas sim uma troca de ideias que, ao fim, busca apenas uma coisa: celebrar a beleza e a complexidade de estar vivo.

Desejo que, ao folhear estas páginas, você, leitor, encontre seus próprios fragmentos, suas próprias respostas, e que, no final, perceba que cada fragmento de vida, por menor que seja, tem seu valor e sua beleza no grande mosaico da existência.



LIVRO "FRAGMENTOS DA VIDA"


Uma coletânea de excertos de diversas obras e ensaios próprios, versando sobre acontecimentos e questões do mundo contemporâneo. Um livro incisivo que defende, sem radicalismo, a ciência perante o dogmatismo exacerbado. Versa, entre outros, sobre ceticismo, ciência, crenças, dogmas, egoísmo, evolucionismo, filosofia, imortalidade, justiça divina, livre-arbítrio, religião, pseudociências.

Nesta obra envolvente, o leitor poderá, ao desvendar os segredos de sua mente, encontrar o “seu eu”, não no enigmático e inatingível mundo da metafísica, mas na espiritualidade em estado puro, no sublime que temos em nós. É também um livro, que penetra nos mistérios mais profundos da vida humana, nas três perguntas básicas. Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?

É recomendado especialmente para pessoas que procuram avaliar sua fé em bases mais sólidas e racionais. Seu objetivo final é ajudá-lo a buscar respostas. Ajudá-lo a encontrar o seu caminho, sua verdade ou, pelo menos, a fazê-lo refletir. Não se pretende fazer ninguém mudar os ideais. Nem a jogar fora suas crenças. Sua fé.

CAPÍTULOS DO LIVRO:
TEXTOS & EXCERTOS
REFLEXÕES FILOSÓFICAS CONTEMPORÂNEAS
DOUTRINAS ORIENTAIS
CRONOLOGIA DA FÉ
DE VOLTA AO JARDIM DO ÉDEN
METAFÍSICA DOS VASOS COMUNICANTES
FRAGMENTOS FILOSÓFICOS
PENSAMENTOS & REFLEXÕES
FRAGMENTOS EM POESIA


A NATUREZA DA LEI

Hoje existem dados suficientes de que não há um Ser “pessoal” responsável pela criação do universo e que o que existe e é conhecível está limitado a fenômenos empíricos. Essa perspectiva, tanto a de Einstein, a de Aristóteles, quanto a de Spinoza, oferece uma reflexão profunda sobre a natureza da realidade, separando-a de qualquer conotação emocional ou pessoal. O que existe é um conjunto de leis que governam o universo, operando de maneira fria e implacável, indiferente a qualquer valor humano.

EINSTEIN E A LEI NEUTRA: O cientista Albert Einstein, ao se referir a Deus, o definia como a Lei. Deus, dizia Einstein, é a Lei. A Lei funciona automaticamente; quem se opõe à Lei, se maldiz, se aniquila a si mesmo. Isto nada tem a ver com um Deus pessoal, com um Deus emocional, que se possa irritar. Na Lei não há amor nem ódio; a Lei é essencialmente neutra. A Lei, é bom insistir, é totalmente indiferente à dor, ao sofrimento, à maldade, à bondade, à beleza, à feiura ou a qualquer outra coisa que possamos valorizar. Não tem propósito ou finalidade. Não atua com objetivos. Não “pretende” chegar a nada em particular; não planeja, não olha para a frente não prevê. É indiferente.

ARISTÓTELES E O PRIMEIRO MOTOR IMÓVEL: Essa visão de um ser supremo impessoal e indiferente também foi defendida pelo filósofo grego Aristóteles. Para ele, o conceito de Deus, que ele chamava de “Primeiro Motor Imóvel”, não se importava com a criação. Para Aristóteles, Deus é impessoal e indiferente em relação à criação. É impensável que Deus (o Absoluto) ame alguma coisa (algo que não seja ele mesmo), dado que o amor é sempre “tendência a possuir algo de que se é privado” e Deus não está privado de nada.

O DEUS DE SPINOZA: UMA FILOSOFIA DA NATUREZA: Outra perspectiva relevante sobre um Deus impessoal vem do filósofo holandês Baruch Spinoza. Para ele, Deus não é um ser transcendente, que existe fora do mundo, mas sim a própria Natureza. Spinoza defendia que Deus é a substância única, a totalidade de tudo o que existe. Ele não possui emoções, não julga e nem intervém nos assuntos humanos. O Deus de Spinoza é a ordem racional e necessária do universo, um sistema de leis imutáveis. Essa concepção, conhecida como panteísmo, sugere que a realidade e a divindade são a mesma coisa. Compreender Deus, para Spinoza, é compreender as leis que governam o cosmos. Ele não é um ser a ser adorado ou temido, mas sim a essência da própria existência, a causa de todas as coisas.

JC COUTINHO

A NATUREZA NÃO É CRUEL

Às vezes dizemos que tudo que vem da natureza é lindo e bom. Que existe um justo equilíbrio. Mas, assistindo aos ataques de animais selvagens, verificamos que esse equilíbrio só ocorre em cima de quem é mais fraco ou doente. É de dilacerar o coração ver imagens de animais lutando pra sobreviver, sendo literalmente comidos e agonizando. Muito sofrimento em cima de quem deveria ser amparado. Mas sempre funcionou assim, mesmo por que os animais precisam comer. No mundo animal o mandamento “NÃO MATARÁS” não funciona!

No livro “Os Dentes da Galinha”, STEPHEN JAY GOULD fala que o maior desafio dos que queriam provar a bondade divina de deus na natureza não eram os carnívoros e sim algumas espécies de marimbondos. Alguns marimbondos, através de um longo ovopositor, injetam ovos dentro de outros insetos (larvas, aranhas, lagartas) e juntamente com o ovo injetam uma droga paralisante. Quando o ovo eclode a larva do marimbondo vai devorando seu hospedeiro de dentro para fora (fez analogia ao filme Aliem). 

O autor conta que a larva chega ao ponto de evitar os órgãos vitais para manter seu hospedeiro vivo e fresco o maior tempo possível. Ao final, apenas existe uma cápsula vazia onde antes era um animal. Ele também relata que algumas espécies depositam não apenas um ovo mais milhares. Em uma passagem relata sobre uma lagarta se contorcendo com cerca de 3.000 larvas devorando-a por dentro.

Parece que realmente deus foi muito inspirado e benevolente quando criou tais seres. Entretanto, reconhece-se que é apenas uma visão deturpada da natureza, feita com valores humanos, motivada em um código ético e moral de um deus antropomórfico, criado pelo homem, justo e bondoso. É o homem olhando para a natureza e querendo interpretá-la como nela existissem todas as características que ele possui (amor, ética, compaixão, caridade, ódio).

A natureza pode realmente ser cruel, mas essa crueldade não é a maldade que nós seres humanos (almados) às vezes praticamos. Como disse o Gengis Khan, essa é a lei, os seres vivos só conseguem obter a energia para sobreviver se alimentando de outros.

É certo que pode ser comovente ver um animal mais forte matar e devorar um mais fraco, mas eles não fazem isso porque querem, isso é instinto, não maldade.

Retirado do Livro “Os Dentes da Galinha” - Stephen Jay Gould

FELICIDADE

É uma infinda aspiração,
Que não tem definição.
Uma sublime satisfação,
Oferecida pela religião.

É lucidez e poesia,
Equilíbrio e alegria.
Diferente de ufania,
Que passa como a euforia.

É sentir-se por inteiro,
Mesmo não sendo costumeiro.
É sentir-se verdadeiro,
Mesmo na pele dum cordeiro.

É a verdade,
Até na adversidade.
É a integridade,
Mesmo na hostilidade.

É ser congruente,
Sem ser intransigente.
É estar contente,
Sem estar indiferente.

É uma alegre emoção,
Um amor sem aflição.
Nada a ver com a paixão,
Que passa como um tufão.

É uma impressão marcada,
De uma ternura ilimitada.
Duma inspiração chegada,
Que nunca é finalizada.

JC COUTINHO

ESPIRITUALIDADE

É uma intensa conexão,
Que nos causa inspiração,
Nada a ver com religião,
Que crê por suposição.

Um eterno meditar,
Sem saber onde chegar,
Diferente de rezar,
Que sabe o que almejar.

É humildade,
Que se nutre de bondade,
Mesmo na adversidade,
Busca pela integridade.

Um eterno observar,
E ao mundo contemplar,
E aos outros respeitar,
Sem nada ambicionar.

É uma sublime emoção,
Um amor em profusão,
Mesmo tendo a sensação,
De que não haverá revelação.

É a busca da verdade,
Mesmo sem conhecer a realidade.
É a busca da finalidade,
Mesmo sem entender a causalidade.

JC COUTINHO

28 de agosto de 2025

"TEORIA" DO SUBDESENVOLVIMENTO

PRODUÇÃO NACIONAL: ESTÁVEL OU COM CRESCIMENTO MENOR QUE O CRESCIMENTO DA POPULAÇÃO.

(+) POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA EM CRESCIMENTO: (FALTA DE CONTROLE DE NATALIDADE).

(=) GERAÇÃO DE MÃO-DE-OBRA “ESCRAVA”: REDUÇÃO DA RENDA POR HABITANTE.

GRANDES EMPRESÁRIOS, PODER ECONÔMICO, GOVERNO: NECESSITAM DE “ESCRAVOS” PARA GERAR A PRODUÇÃO NACIONAL DE BENS E SERVIÇOS (REDUÇÃO DE CUSTOS).

(+) RELIGIÕES E SEITAS: NECESSITAM DE FIÉIS, SEM RACIOCÍNIO LÓGICO, OBEDIENTES E DE BAIXA RENDA, PARA SEGUIR SEUS DOGMAS E MOTIVAR A PRÁTICA DA CARIDADE.00

(+) MÍDIA EM GERAL (TELEVISÃO, NOVELAS, ETC): ESTIMULAM O RACIOCÍNIO MEDÍOCRE E A REPRODUÇAO HUMANA.

(=) RESULTADO 1: CONSTRUÇÃO DE UM PAÍS DE 3º MUNDO, ONDE OS “ESCRAVOS” PRODUZEM AQUILO QUE NUNCA VÃO CONSUMIR E SÃO ALEGRES(*) GRAÇAS AOS DOGMAS RELIGIOSOS E AO RACIOCÍNIO MEDÍOCRE GERADO PELA MÍDIA.

(=) RESULTADO 2: PAÍSES DE 1º MUNDO POSSUEM CAPITAL, RACIOCÍNIO LÓGICO E CONTROLE ESPONTÂNEO DE NATALIDADE, ESTABELECENDO UMA SOCIEDADE DE CAPITAL E TRABALHO C/ OS PAÍSES DE 3º MUNDO, DEVIDO AO EXCESSO DE MÃO-DE-OBRA OCIOSA EXISTENTE NESTES PAÍSES.

(*) NOTA: ALEGRE - Contente, satisfeito; FELIZ - Afortunado, venturoso, próspero, bem-sucedido (Dicionário AURÉLIO).  (*) Situação em 2004. De lá, para cá, melhorou um pouco.

27 de agosto de 2025

ESTATUTO DOS CÃES & GATOS

1º ABRIGO PARA ANIMAIS: Assim como para os humanos, abrigos (creche, pensionato e asilo) para os animais (cães & gatos) rejeitados e/ou abandonados com enfermidades ou deficiências físicas.

2º HOSPITAL PARA ANIMAIS: Assim como para os humanos, ambulatórios e hospitais para os animais de estimação doentes e para os rejeitados e/ou abandonados com enfermidades.

3º CASTRAÇÃO JÁ: Assim como para os humanos, castração gratuita para todos os animais rejeitados e/ou abandonados, para que não procriem descontroladamente.

4º COMÉRCIO DE ANIMAIS: Assim como para os humanos, proibição de comercialização e criação de animais (cães & gatos) com fins financeiros.

5º ESTATUTO DOS CÃES DE GUARDA: Assim como para os humanos, estatuto para cães de guarda, de grande porte (tipo Rottweiler, Pitbull, Dobermann), fazendo o seu controle sensorial (cadastro e clipagem), evitando seu comércio, seu adestramento para combate e ataques nas ruas.

6º LEI DO PONTAPÉ: Assim como para os humanos (crianças), lei para penalizar os maus-tratos em animais.

7º BOLSA ANIMAL: Assim como para os humanos, bolsa alimentação (ração) para os animais (cães & gatos) abandonados, adotados, registrados, bem cuidados, com as vacinas recomendadas em dia.

TODOS OS ANIMAIS SÃO PROTEGIDOS POR LEIS: todos os animais existentes no País são tutelados do Estado (Art. 1º do Decreto nº. 24.645, de 10 de julho de 1934).

MAUS-TRATOS AOS ANIMAIS: para os efeitos de Lei, entende-se por maus-tratos toda ação contra os animais que implique crueldade, especialmente ausência de alimentação mínima necessária, excesso de peso de carga, tortura, uso de animais feridos em atividades, submissão a experiência pseudocientífica e o que mais dispuser o decreto federal n° 24.645/1934 (Art. 2º da Lei 2.095, de 12 de fevereiro de 1998). 

VOCÁBULOS GAUCHESCOS & PORTUGUESES

À MODA DA CASA – Quando se faz alguma coisa de improviso. Não da maneira que deveria ser, mas da que se sabe fazer.

ACABOU DE ACABAR – Terminou.

AGUENTAR O TIRÃO – Sustentar uma opinião.

ANDAR PELAS CARONAS – Andar mal, estar em dificuldade.

ARRASTAR A ASA – Enamorar-se. Engraçar-se.

BOTAR OS CACHORROS – Falar mal de alguém.

CALMA NO BRASIL QUE PORTUGAL É NOSSO – Significa: Ir com calma. Não se estresse. Vai devagar. Não seja afoita e estabanada.

CHORAR AS PITANGAS – Lamuriar-se.

COM UM OLHO NO PADRE OUTRO NA MISSA – Disse de que quer fazer duas coisas ao mesmo tempo.

DAR COM OS BURROS N’ÁGUA – Dar-se mal, ser malsucedido.

DAR UMA DE JOÃO SEM BRAÇO – Se fazer de desentendido, fingido.

DE ORELHA EM PÉ – Atento, de sobreaviso.

DE RÉDEAS NO CHÃO – Entregue, submisso, apaixonado.

ENSINAR A MISSA AO VIGÁRIO – Disse de quem quer ensinar alguma coisa a alguém que sabe mais do que a gente.

É TIRO DADO E BUGIO DEITADO – Acertar de primeira. Ter certeza do que faz.

É UM LAMBÃO – Relaxado no comer. Respingava a comida na toalha e na roupa.

É UM MARIQUINHAS – Homem medroso. Que não tem coragem.

ENCIMA DO LAÇO – No último instante, encima da hora.

ENTREGAR AS FICHAS – Ceder, concordar.

ESQUECI DE LEMBRAR – Não lembrei.

EU NÃO CHORO POR CHORAR É PORQUE NÃO CONSIGO ME CALAR – Choro quando alguém faz manha, isto é, ficar chorando sem nenhum motivo importante.

ISTO NÃO HÁ DE SER NADA – Não te preocupa que o acontecido não terá nenhuma consequência maior. O que aconteceu será superado com facilidade.

ÍNDIO VELHO – Camarada.

IR ÀS FAVAS – Mandar longe.

IR AOS PÉS – Fazer as necessidades no vaso sanitário.

TODO LAMBIDO – Pessoa que usava brilhantina no cabelo deixando-o cremoso e lambuzado.

TODO ALMOFADINHA – Pessoa bem-vestida, porém sem contexto. Todo arrumadinho.

MAIS VELHO QUE A SÉ DE BRAGA – Para dizer que alguma coisa era sabida há muito tempo. Algo muito antigo.

NEM TANTO AO MAR NEM TANTO AO ROCHEDO – Deve-se usar o meio termo, a média, o bom senso com relação a alguma atitude que devemos tomar.

FICOU OUGADO – Disse da situação de quem deseja muito comer alguma coisa e deixa de fazê-lo. A consequência era que o cabelo do redemoinho da cabeça ficava levantado e não havia jeito de baixá-lo até que fosse satisfeito o desejo.

PARECE UM RABO DE BACALHAU – Pessoa muito magra.

PRA MORRER BASTA ESTAR VIVO – Expressão de conformismo quando se recebe a notícia da morte de alguém. Todos vão morrer.

PODES TER PENA – Expressão de ironia para desdenhar alguém que faz alguma coisa que não deveria.

PRA QUEM É BACALHAU BASTA – Quem não muito valor, não pode exigir muita coisa.

QUEM NÃO TEM CÃO CAÇA COM GATO – Deve-se fazer as coisas conforme as condições que se tem.

QUEM NÃO TEM COIMBRA TEM QUE TER TARIMBA – Significa que quem não estudou deve procurar fazer um trabalho utilizando a experiência e a habilidade pessoal.

QUEM TEM TENDA QUE A ATENDA OU ENTÃO A VENDA – Quem tem sob a sua responsabilidade um encargo deve procurar fazer o melhor para atendê-lo ou então desfazer-se dele.

SE CALHAR – Se puder, se coincidir.

TÁ VISTO – Quando se quer ir embora de algum lugar. Expressão muito útil quando se quer dar por encerrada uma visita.

TEM BOPRIGO – Significa que não há perigo. Não há motivo para maiores preocupações.

TUDO É BOM, TUDO É BOM, MAS O VINHO É O MELHOR – Para enaltecer o prazer de beber vinho em relação a outros de menor interesse.

SE DEITAR NAS CORDAS – Fazer corpo mole.

ESTAR COM O DIABO NO CORPO – Estar furioso, insuportável.

FRIO DE RENGUEAR CUSCO – Frio tão intenso que deixa o cachorro mancando.

FOI PRAS CUCUIAS – Morreu, escafedeu-se.

JUNTAR OS TRAPOS – Casar, viver junto.

LAMBER A CRIA – Mimar o filho.

LARGAR DE MÃO – Desistir, abandonar.

MATAR CACHORRO A GRITO – Estar sem dinheiro, na miséria, viver com dificuldade.

METER A VIOLA NO SACO – Calar-se, desistir, acovardar-se.

MORAR PARA FORA – Morar no campo (fazenda, sítio ou vila pequena).

NA PONTA DOS CASCOS – (Estar) em posição excelente, pronto para atuar.

NEM TE CONTO – Vou te contar.

NO MATO SEM CACHORRO – Em dificuldade, em apuros.

OLHAR DE COBRA CHOCA – Olhar dissimulado.

PEGAR UM PELUDO – Quase atolar o automóvel na areia ou barro.

SE APROCHEGAR – Chegar mais próximo, se acomodar.

SENTAR O BRAÇO – Surrar, espancar, esbofe tetar, bater.

FAVAS CONTADAS – Certeza de que as coisas já estão decididas.

RAIO QUE O PARTA – Expressão de raiva, indignação.

TEM, MAS ACABOU – Tinha, não tem mais.

TERNEIRO GUACHO – Tomador de bastante leite.

TOMAR UMA CAMAÇADA DE PAU – Apanhar.

TOMAR UMA TUNDA DE LAÇO – Apanhar.

Alguidar – vasilha de uso doméstico

Amainar – diminuir a força de (vento, mar, etc.)

Aprochegar – aproximar-se, chegar perto.

Atucanado – atrapalhado, cheio de problemas.

Auto – automóvel.

Azucrinar – importunar, irritar.

À míngua – penúria, pobreza extrema.

Baita – grande, crescido.

Baixeira – roupa de baixo para proteger do frio.

Bauru de chouriço – sanduíche com chouriço.

Beleléu – lugar de localização indefinida.

Biaba/cascudo – golpe sutil na cabeça, aplicado com o nó dos dedos.

Brigadiano – policial militar.

Buchicho – confusão, tumulto.

Cacetinho – pão francês.

Cancheiro – pessoa que tem experiência e/ou habilidade em alguma coisa.

Carpim – meia de homem.

Cascudos – agredir na cabeça com o nó dos dedos.

Chapa – radiografia ou dentadura.

Chofer de praça – motorista de táxi.

Chuva guasqueada – chuva fustigante tocada a vento.

Cibo – pequena porção de qualquer coisa,

Cisco – lixo.

Corpinho – sutiã.

Cupincha – camarada, companheiro, amigo.

Dá de fazê – dá para fazer.

De vesgueio – olhar diagonal, transversal, olhar de relance.

Encertar o pão – comer um pedaço do pão.

Encher o bucho – encher a barriga.

Encucado – cismado, desconfiado.

Escambau – todo mundo, qualquer coisa, de jeito nenhum, impossível.

escambau – já tentei o escambau, mas nada adianta!. pode mandar o escambau!

Estro var – atrapalhar, perturbar.

Entrevero – mistura, desordem, confusão de pessoas, briga.

Escangalhado – quebrado, arrebentado.

Faceiro – alegre, de bem com a vida.

Fardamento – uniforme.

Fatiota – terno, traje, roupa de gala.

Farinha de mesa – farinha de mandioca.

Fogão – amante.

Frescura – sem importância, exagero sem fundamento.

Gazear – faltar, matar aula.

Gomitar – vomitar.

Grilado – desconfiado com alguma coisa.

Imagina! – não tem por quê.

Joia – elogio (legal, beleza).

Lancheria – lanchonete.

lampeiro – audaz, atrevido, ligeiro.

Logo – mais tarde.

Lomba – ladeira.

Melena – cabelo.

Minuano – vento gelado vindo do Polo Sul.

Mota – motocicleta.

Mulher – esposa, mulher.

Naco de pão – pedaço de pão

Pandorga – papagaio, pipa.

Patente – vaso sanitário.

Parelho – liso, homogêneo.

pechada – batida, trombada (entre automóveis).

Perda de tempo – desperdiçar o tempo com algo improdutivo.

Pisar/pisado – machucar/machucado.

Pedro e Paulo – dupla de policiais militares.

Peleia – briga.

Pila – moeda (10 pila, 25 pila – usa-se sempre no singular).

Prende-lhe ficha! – vai em frente.

Quebra-molas – lombada.

Queque – bolo pequeno.

Rebojo – contracorrente de vento, retorno do vento.

Rodilha – pano ou trapo para limpar louça, esfregão.

Sestear – dormir depois do almoço.

Sinaleira – semáforo.

Latagaço – golpe.

Tá safo – está resolvido, em ordem.

Trava – freio, breque.

Trocinho – mulher nova.

Tu vê só – entendes (tu vê só como são as coisas).

Vento encanado – corrente de ar, ar encanado.

Tunda de pau – apanhou bastante.

Veranear – passar o verão.

Visse – viste, escutaste, entendeste (visse o que o presidente falou?).

Vivente – criatura viva, pessoa, indivíduo.

Zorrinha – carrinho muito baixo, com quatro rodas.

VACINAS X IMUNIDADE

Vemos constantemente nos meios de comunicação informações sobre as vacinas, mais precisamente sobre a vacina contra influenza, que contém as cepas: H1N1, H3N2 e B. Informam que embora não evitem a ocorrência da gripe, amenizam os sintomas e reduzem o risco de complicações e óbitos causados pela doença e quando ocorrem mortes para os vacinados, mesmo sem terem comorbidades, informam que apresentavam baixa imunidade.

Em tempos de constantes desafios sanitários, como os surtos sazonais de gripe e outras infecções respiratórias, cresce a necessidade de repensarmos as estratégias de saúde pública. Muito se fala sobre a importância das vacinas, que de fato desempenham um papel relevante na redução da gravidade dos sintomas e das taxas de mortalidade. No entanto, há um aspecto muitas vezes negligenciado: a prevenção baseada no fortalecimento do sistema imunológico.

Diversos relatos e estudos apontam que pessoas com boa imunidade, vacinadas ou não, tendem a apresentar respostas mais eficazes às infecções e às comorbidades. Isso nos leva a questionar: por que os sistemas de saúde não priorizam ações voltadas à promoção da imunidade natural como eixo central da prevenção?

Investir na verificação da imunidade individual, principalmente entre idosos, imunodeprimidos e pessoas com carência de vitaminas, poderia transformar significativamente os indicadores de saúde pública. A suplementação adequada de nutrientes essenciais — como vitamina A, vitamina B, vitamina C, complexo D, Zinco, Selênio, Magnésio, Coenzima Q10, Ômega 3 e Probióticos, está amplamente associada à melhora da resposta imunológica, sendo uma medida preventiva de baixo custo e alto impacto.

Além disso, é claro, a nutrição equilibrada, o estímulo à prática de atividades físicas, o controle do estresse e o sono adequado são pilares fundamentais de uma imunidade forte e duradoura. Esses fatores, infelizmente, ainda são pouco abordados nas campanhas e políticas públicas de saúde.

Do ponto de vista econômico, uma política preventiva centrada na manutenção da saúde e não apenas no combate à doença representa custos significativamente menores do que os gastos recorrentes com vacinas, hospitalizações e medicamentos. A prevenção, nesse contexto, não deve ser vista como um complemento, mas como estratégia principal e sustentável.

Portanto, repensar o modelo de saúde vigente — que muitas vezes prioriza a reação ao invés da prevenção — é urgente. Uma saúde pública eficaz deve investir não apenas em tecnologias e intervenções médicas, mas também na educação, suplementação e fortalecimento imunológico da população, especialmente dos mais vulneráveis. A ciência já oferece os caminhos. Cabe aos gestores públicos, profissionais da saúde e à sociedade em geral adotarem uma visão mais integrada, duradoura e consciente sobre o que realmente significa promover saúde.

Para finalizar, assim como o “Zé Gotinha” que se tornou um símbolo eficaz para a vacinação infantil no Brasil, pensar em um personagem que represente a promoção da imunidade natural pode ser uma forma poderosa de educação em saúde, especialmente voltada para crianças, idosos e públicos em situação de vulnerabilidade. Um nome sugestivo seria “Zé Vital”, um personagem simpático voltado para a saúde integral, unindo ciência e natureza, que ensina que fortalecer a imunidade é cuidar de si com equilíbrio e alegria.

JC COUTINHO 

AS ESCOLHAS DA VIDA

No fim da vida, a maioria das pessoas percebe, com surpresa e pesar, que viveu de forma provisória e que as coisas que antes pareciam sem graça ou sem interesse eram, na verdade, a própria vida. Traído pela esperança, o ser humano dança nos braços da morte. Segundo Arthur Schopenhauer, nós tendemos a nos arrepender mais daquilo que não fizemos do, que do que fizemos. Para ele, o arrependimento surge quando percebemos que nossas ações não corresponderam à nossa verdadeira vontade, ou seja, ao nosso caráter essencial.

Por outro lado, e na mesma linha de raciocínio, o filósofo Clóvis de Barros Filho afirma que o caminho que escolhemos terá suas tristezas. É comum ter a impressão de que, se tivéssemos escolhido outro, não viveríamos essas tristezas. Mas viveríamos outras, pois não vivenciamos as dificuldades de uma vida que não vivemos. Apenas a vida que escolhemos nos reserva suas tristezas. É um erro acreditar que outro caminho eliminaria a tristeza e traria apenas alegria.

A vida sempre será complicada e marcada por decepções. Entender isso facilita a jornada, pois qualquer caminho será difícil. Muitos dos problemas são imprevisíveis e destrutivos. Isso não é pessimismo, mas sim uma resistência contra os falsos profetas que nos fazem acreditar que protocolos nos livrarão da tristeza. Ela faz parte da vida de forma profunda.

A vida é feita, antes de mais nada, de tristeza. No entanto, há instantes de alegria que a compensam, e é na esperança desses momentos que continuamos. Quanto menos se espera do mundo, maior a chance de perceber esses momentos. Quanto mais se acredita em um paraíso, mais frustração haverá e mais se perceberá que a felicidade não é constante.

JC COUTINHO